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Mães de Manguinhos, durante filmagem no Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro. Foto: Juliana Resende

O Haiti é aqui?

Documentário conecta a violência da Força de Paz da ONU no Haiti e das operações policiais e militares no Rio de Janeiro

(brpress) – “Agora eu quero gritar”. Com esta frase Vanessa Félix, mãe da menina Ágatha Vitória, assassinada pela polícia no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, em setembro de 2019, fecha a entrevista concedida ao documentário Right Now I Want to Scream: Police and Army Killings in Rio – The Brazil-Haiti Connection (62 mins., 2020).

Traduzido como Agora Eu Quero Gritar: Mortes pela Polícia e Exército no Rio – Uma Conexão entre Brasil e Haiti, o filme é parte de um projeto que conecta dois mundos: as comunidades marginalizadas de Cité Soleil, um dos maiores conglomerados de favelas de Porto Príncipe, e do Rio.

It Stays With You

Agora Eu Quero Gritar complementa outro documentário: It Stays with You: Use of Force by UN Peacekeepers in Haiti, de 2018 (“Isso Fica com Você: A Violência da Força de Paz da ONU no Haiti”, em tradução livre), dos diretores irlandeses Cahal McLaughlin e Siobhán Wills.

Ambos os filmes dão voz aos moradores de comunidades marginalizadas e o projeto é uma plataforma para contar suas histórias. E ambos os filmes questionam as políticas de segurança pública no Brasil e as regras de engajamento das tropas de manutenção da paz da ONU no Haiti, sob o comando militar brasileiro.

Militarização da polícia e força letal

Da mesma forma que os diretores foram a Cité Soleil para examinar o impacto dos ataques da MINUSTAH (Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti) na comunidade e descobrir como estavam as vítimas dez anos depois, o documentário Agora Eu Quero Gritar visita territórios que tiveram intervenções militares e são constantes alvos de operações policiais no Rio.

Vítimas – na maioria mães que tiveram seus filhos mortos – são ouvidas, usando práticas participativas. Também são entrevistados líderes comunitários de coletivos como Mães de Manguinhos, Redes da Maré e Mulheres em Ação no Alemão. Especialistas de instituições como Fiocruz, principal instituto de saúde pública da América Latina, e da ONG internacional Conectas Direitos Humanos, contextualizam a realidade apresentada em Agora Eu Quero Gritar.

‘Guerra aos pobres’

“O uso proativo da força mortal para fins de aplicação da lei é uma violação grave da lei internacional de direitos humanos, ainda mais em contextos como o Haiti e o Brasil, onde não há conflito armado”, ressalta Siobhán Wills, professora de Direito no Transitional Justice Institute, da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte. “É uma “guerra aos pobres”, define Wills.

O projeto é financiado pelo Arts and Humanities Research Council UK.

Sobre os diretores

Cahal McLaughin é professor de Estudos de Cinema na Queen’s University Belfast e diretor do documentário Prisons Memory Archive. Trabalhou em filmes na África do Sul e na Irlanda, explorando os legados da violência de estado.

Siobhán Wills é professora de direito no Transitional Justice Institute, da Ulster University, Irlanda do Norte. Seus interesses de pesquisa são Manutenção da Paz, Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário. Seu foco atual é a Missão de Estabilização da ONU no Haiti e conexões com operações nas favelas do Brasil.

Foto: Mães de Manguinhos, durante filmagem no Complexo de Manguinhos, Rio de Janeiro. Juliana Resende

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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