Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Marina e a maré verde

(Londres, brpress) - Marina Silva foi a grande revelação nas últimas eleições brasileiras, com números não foram alcançados por nenhuma candidata mulata ou nenhum outro candidato “verde” em todo o mundo. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Marina Silva foi a grande revelação nas últimas eleições do Brasil, conseguindo 20 milhões de votos (20% do total). Estes números não foram alcançados por nenhuma candidata mulata ou nenhum outro candidato “verde” em todo o mundo. Na verdade, os verdes brasileiros acabam de conseguir a votação mais alta que esse movimento global já teve, desde que surgiu nas terras da rainha Elizabeth II, há quatro décadas.

    Diferentemente  das outras internacionais, que são mais antigas (como a conservadora, democrata-cristã, liberal, socialista e comunista), os verdes nunca chegaram a governar nenhum pais. O máximo que já conseguiram foi serem fatores de pressão  ou sócios minoritários de diversos governos, muitos de esquerda, mas também de direita.

    Desde que, em 2000, Londres criou sua prefeitura, os verdes tiveram um papel importante na maior metrópole européia, seja presidindo a Assembléia, seja detendo a Vice-Prefeitura. Estes ecologistas lutaram para aumentar os parques, criar alternativas para o tráfego de carros – que já foi reduzido – e defender os imigrantes ilegais, plataformas  que foram sendo incorporadas inclusive pelo atual prefeito conservador.

    Nas eleições para o Parlamento Europeu de 2009, os verdes foram o partido que mais cresceu, inclusive na Inglaterra. Em 2010, pela primeira vez na história, os verdes chegaram a compor parlamentos no Reino Unido e na Austrália. Neste último, tiveram um papel-chave ao conseguir que o trabalhismo se mantivesse no poder, coisa que não aconteceu na Inglaterra.

    Colômbia e Brasil

    No entanto, um dos maiores avanços internacionais verdes do mundo, neste ano, foram os da Colômbia e do Brasil. No primeiro caso, os verdes deixaram de ser quase nada para disputar o segundo turno. Seu candidato, Antanas Mockus, chegou inclusive a liderar as pesquisas, ainda que na final tenha perdido a eleição por uma diferença de quase 3 a 1 para Santos.

    Mockus, que teve expressiva votação e abocanhou os votos dos colombianos residentes na Europa (foi o mais votado neste reduto), não quis alinhar sua campanha com os verdes daquele continente, com quem manteve  importantes diferenças, ao endossar a política econômica e de segurança de Uribe.

    Fator Marina

    Marina Silva tem o mesmo sobrenome, origem pobre e escola “classista” de Lula da Silva, mas também compartilha com Sarah Palin a proveniência de um dos estados mais afastados e novos de seu país, seu conservadorismo social evangélico. Seu vice-presidente, Guilherme Leal, é o único bilionário a integrar uma chapa presidencial nestas eleições.

    Se os verdes britânicos e australianos tendem a aliar-se com os trabalhistas, os brasileiros se afastam destes últimos, enquanto que os colombianos não quiseram se aproximar do partido de centro-esquerda, o Pólo Democrático.

    Na Colômbia, Uribe usou a “onda verde” para debilitar a candidata dissidente de sua coalizão governante (a conservadora Sanín) e também o Pólo. No Brasil, os dois finalistas usaram a maré verde de Marina para debilitar-se entre eles mesmos. O governo quis usá-los para garantir a vitória no primeiro turno, mas quem se beneficiou foi Serra, que conseguiu ir para o segundo turno graças aos votos que a ex-ministra petista tirou do PT.

    Os verdes brasileiros não pressionarão ambos os candidatos para que se movam à esquerda, mas ao centro.

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio lecionou na London School of Economics e assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/brpress, colaborou Camila Téo/Especial para brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate