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Ana Paula Oliveira, integrante das Mães de Manguinhos, no webinar sobre violência de estado. Reprodução

Ana Paula Oliveira brilha no webinar paralelo à ONU

Integrante do movimento Mães de Manguinhos fala sobre violência de estado nas favelas do Rio. Por Juliana Resende.

(brpress) – Ana Paula Oliveira, integrante do movimento Mães de Manguinhos e entrevistada documentário Agora Eu Quero Gritar (Right Now I Want to Scream, Brasil/Reino Unido. 2020), sobre violência de estado nas favelas do Rio, brilhou em participação no webinar pautado pelo filme, realizado em 07/10, como evento paralelo à 48a. reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas,  promovido pela Conectas Direitos Humanos e Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte. Mas de 40 pessoas participaram.   

Ana Paula contextualizou a realidade das Mães de Manguinhos, juntamente com Gabriel Sampaio, coordenador do Programa de Enfrentamento à Violência Institucional da Conectas.

“75% dos jovens negros brasileiros que são mortos pelo estado”, contabilizou o advogado especializado em direitos humanos.

Ana Paula também trouxe à tona vivências recentes relacionadas a este estado-violência: o comparecimento a uma audiência de julgamento do assassinato de um jovem por forças do estado e o falecimento de uma mãe que teve o filho assassinado pela polícia, Elisângela Santos. 

Corte Interamericana de Direitos Humanos

A audiência a que Ana Paula se refere aconteceu em 04/10, e julga a tortura e assassinato de Andreu Luiz Silva de Carvalho por agentes do Degase (ex-Funabem), há 14 anos – período em que a mãe, Deize Silva de Carvalho, vem lutando por justiça, por meio do Núcleo de Mães Vítimas de Violência, com o apoio da Justiça Global, entre outras instituições. “Deize [mãe da vítima] saiu sorrindo”, contou. “Fiquei feliz de vê-la se sentindo mais forte. Já a vi sair dali algumas vezes destroçada, chorando”, disse Ana Paula

“O juiz citou a pressão da Corte Interamericana de Direitos Humanos” – que condenou o estado brasileiro em 2017 pela impunidade em duas chacinas durante operações policiais em Nova Brasília – “e que não mais adiará audiências – o que ocorre com frequência –, mesmo que as testemunhas da defesa não compareçam”, relatou Ana Paula, cujo filho Johnatha foi morto por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos, em 2014, mas o crime continua impune.

Tantas mães

No documentário, Ana Paula fala sobre outras mães que, amarguradas pela perda brutal dos filhos e sem assistência do estado nem perspectiva de justiça, adoecem física e mentalmente. Algumas acabam sucumbindo. Elisângela dos Santos, mãe de Fábio dos Santos Vieira, foi uma delas. Na semana anterior ao webinar, teve um infarto fulminante. 

Bruna da Silva, mãe de Marcus Vinícius, morto aos 14 anos, com uniforme escolar, pela Polícia Civil no Complexo da Maré, onde ela falou a Agora Eu Quero Gritar o documentário, esteve no enterro de Elisângela. 

“Muito triste. Uma perda enorme no meio de nós, mães e familiares. Menos uma mãe. Mais uma que morre sem ver a justiça para o filho morto, assassinado por um policial militar”, lamenta Bruna.  

(Juliana Resende/brpress, especial para Agora Eu Quero Gritar)

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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