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América do Sul nuclear

(Londres, brpress) - Foguete argentino, lançado na última segunda-feira (11/07), é resposta ao  crescente armamentismo do Brasil, que planeja construir mais cinco usinas nucleares. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – A Argentina lançou, na última segunda-feira (11/07), em La Rioja, seu foguete Gradicom II, que alcança 100 km de altura, e em breve será a vez do Gradicom III, que quadruplicará esta distância. Esta seria a resposta argentina ao crescente armamentismo do Brasil, que assinou um milionário contrato militar com a França para aquisição de dois submarinos nucleares.

Na véspera do lançamento deste míssil, participei, na London School of Economics, de um seminário onde se reuniram especialistas sobre o Brasil de todo o mundo e se discutiu a corrida armamentista deste gigante e seus efeitos na Argentina e na região. Ali conversei com Matias Spektor, diretor do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, que vai publicar um livro sobre a energia atômica brasileira.

Mais Angras

Segundo ele, o Brasil já construiu sua terceira usina nuclear e planeja construir mais cinco, tanto que sua capacidade de enriquecimento de urânio chega hoje a 20%. Ele cita José Alencar (o empresário e vice-presidente de Lula no período de 2003-2010, que morreu recentemente), cujo desejo era de que  o Brasil possuísse uma arma nuclear para poder sentar-se à mesa dos grandes.

Japão e Alemanha não as têm devido ao veto internacional sobre os derrotados na 2a. Guerra Mundial, mas sua tecnologia atômica lhes permitiria confeccioná-las em seis meses. Todos os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) as possuem, além de Israel, Paquistão, Índia e Coréia do Norte.

Moeda nuclear

Spektor mencionava a frustração que causou a visita de Obama ao Brasil, quando ele disse que não apoiaria a entrada deste país no Conselho de Segurança,  enquanto que a Índia obteve o seu apoio quando este lá esteve e ratificou um acordo nuclear. Muitos líderes  brasileiros acreditam que é importante ter um arsenal nuclear para negociar melhor com os EUA (como a Índia) e que todos aqueles países que foram pressionados para render suas armas mais letais (como Iraque e Líbia) foram “premiados” com invasões.

No seminário, Kenneth Maxwell, um dos principais historiadores especializados em Brasil argumentava que, se este país quisesse ter uma arma nuclear, os EUA não poderiam fazer nada para impedir (como estão querendo fazer com o Irã), mas que o Brasil não necessita dela, e que a razão pela qual Washington faz vista grossa com a Índia é por temor à China.

Bélico

Se a metade dos gastos militares da humanidade pertence aos EUA, a da América do Sul cabe ao Brasil. O país carece de guerras internas (ainda que, segundo Spektor, no Rio há, a cada ano, mais mortos por crime que em todo o Iraque) e há 14 décadas não houve conflito militar do Brasil com nenhum de seus dez vizinhos.

No entanto, não se pode descartar que haja um plano secreto para dotar o Brasil de uma arma nuclear – o que faria com que a América Latina deixasse de ser a única região habitada do planeta livre de possuir uma bomba desta natureza.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Tradução de Angélica Campos/brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Twitter @brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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