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Kirchners e argentinossauros

(Londres, brpress) - Pseudópodos foram descobertos no início dos anos 1990, quando os Kirchner debutavam nos cargos eletivos, em uma das províncias da Patagônia. Por Isaac Bigio.

(Londres, brpress) – Cristina Kirchner acaba de ser reeleita, superando a metade dos votos e multiplicando por três os votos de seu principal rival. Desta maneira, adquiriu medidas de um dinossauro frente aos seus adversários.

 A Patagônia deu dois colossos ao mundo: os Kirchner e os argentinossauros. Estes últimos são os animais mais descomunais que já caminharam pelo nosso planeta. Foram dinossauros pseudópodos, que mediam entre seus extensos e alongados caudas e pescoços de 30 a 40 metros e pesavam de 80 a 100 toneladas, o peso de uma manada de elefantes.

Estes dinossauros foram descobertos 95 milhões de anos depois de terem sido os maiores herbívoros do planeta, no início dos anos 1990, quando os Kirchner debutavam nos cargos eletivos, em uma das províncias da dita região.

Consolidados

Nestas últimas duas décadas, os argentinossauros deixaram de ser fósseis para ser estrelas de numerosos superdocumentários, e os Kirchner de ser pouco conhecidos políticos provincianos para ser o mais famoso casamento estabelecido em uma democracia presidencial do planeta.

Em 2003, Cristina debutou na Casa Rosada como a esposa do mandatário eleito com a menor porcentagem eleitoral até então vista nas Américas, pois Néstor obteve apenas 22.24% dos votos válidos. Apesar de ter ficado em segundo lugar, depois de Menem, ficou com a presidência quando este abandonou o segundo turno.

Em 2007, Cristina se converteu na protagonista do primeiro intercâmbio de papéis entre um casal de governantes. Cristina passou de primeira-dama a presidente, e Néstor de presidente ao “primeiro-cavalheiro” da história argentina.

Esta façanha Cristina conseguiu duplicando o percentual e a votação com que seu marido e ela chegaram quatro anos antes ao poder (8.651.066 votos, equivalentes a 45.3% dos votos).

Portanto, de 4 de maio a 27 de outubro de 2010 ela, enquanto seguia no comando da Argentina, se converteu na “primeira-dama” do que foi o primeiro secretário-geral do primeiro bloco de seu continente: a União das Nações Sul-Americanas.

Morte e vida

A morte de Néstor, naquela data, deu, paradoxalmente, um sopro de vida a Cristina, que angariou uma solidariedade que fez subir sua popularidade. Quando, em 14 de agosto passado, foram realizadas as internas visando a próxima eleição presidencial, ela subiu seus votos para 10.762.217, passando de 50%.

Desde então, manteve semelhante perfil nas pesquisas, para as quais seria quase impossível que ela deixasse de se converter na primeira mulher do planeta a vencer duas eleições presidenciais consecutivas.

Peronismo

Para aproximarmos de nosso título, diríamos que a força de ambos é que conseguiram que o partido hispano-americano mais poderoso – o peronista – não se convertesse em um dinossauro extinto, mas no colosso que vem dominando a Argentina desde 1990.

Este movimento nacionalista que nasceu propiciando um populismo anti-EUA nos anos 1940 deu uma virada total nos anos 90, quando seu governante Menem adotou uma política interna e externa muito pró-Washington.

Os Kirchner levaram o peronismo ao monetarismo, mas sem cair em seu anterior anti-imperialismo, como hoje faz Chávez. Isto fez com que seu aparato se reencontrasse com anteriores bases sociais e ideológicas e que aproveitasse o momento, o apoio de novos sócios comerciais (como a China) e a nova tendência de crescimento econômico regional para tirar a Argentina de uma de suas piores crises.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook.Tradução: AngélicaCampos/brpress. 

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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