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O charme dos endereços icônicos repaginados  

(Londres, brpress) - Paul Monaghan, o M da premiada firma de arquitetura britânica Allford Hall Monaghan Morris, fala sobre o novo Television Centre e o Google London. Por Juliana Resende. 

(Londres, brpress) – O que é que a firma de arquitetura britânica Allford Hall Monaghan Morris (AHMM) tem? Profissionais talentosos, é claro, além de sua assinatura nos projetos mais quentes de Londres, como o recém-inaugurado Google London, principal hub europeu do gigante da internet, e o Television Centre, ex-QG da BBC transformado num empreendimento multifuncional de £400 milhões – um tendência que se vê nas grandes metrópoles. 

O TC mescla residências, comércio, lazer (incluindo academia, hotel boutique e cinema próprios), além de escritórios. O TC recebe de volta, em 2017, uma parte dos estúdios da BBC, que ocupou por anos o icônico prédio – chamado de “donut” devido às formas arredondadas. Falando nelas, as curvas também marcam presença no design dos interiores do Google London, tendo a sustentabilidade como eixo principal do prédio de 11 andares no centro de Londres, reformado com baixíssimo impacto ambiental e altíssima octanagem de publicidade.

Conversamos com Paul Monaghan, o primeiro M do AHMM. O escritório está à frente de outros projetos premiados em 2016 com o New London Awards, concedido pelo grupo New London Architecture: The Blossom Street Masterplan, na categoria Mixed Use (olha ela aí!), e a Biblioteca de Willesden Green, na categoria Mayor’s Prize. 

Além da merecido buzz pela classuda repaginada do TC, o AHMM ganhou, em 2015, o Stirling Prize, o mais prestigioso prêmio de arquitetura britânico, concedido pelo Royal Institute of British Arhictecture (RIBA), pela reforma da Burntwood School, tradicional escola para meninas em Wandsworth, Londres, mesclando arte contemporânea e design, com reutilização inovadora do espaço. 

Em entrevista exclusiva, Paul Monaghan fala da transformação do landscape das grandes cidades e do conceito de reinvenção e reuso de prédios que são patrimônio e como reconectá-los com o público, tornando-os atraentes para novos residentes e novas finalidades – ou seja: um must para morar, trabalhar e frequentar. 

A tendência dos edifícios de referência remodelados e transformados num mix de residências e escritórios, com restaurantes, cinema e academia próprios, veio para ficar? Até que ponto ela transcende Londres e pode ser viável em outras metrópoles do mundo, como São Paulo? Por quê?

Paul Monaghan – O Television Centre é um lugar único em uma cidade única. Londres nos dá um contexto muito especial para trabalhar. No entanto, é uma abordagem fundamental que pode ser aplicada em qualquer lugar: a da resignificação do patrimônio. Parte dessa abordagem é o reconhecimento do valor do patrimônio a ser repaginado e ter uma visão clara de como reinventá-lo para o futuro. Cidades onde edifícios e locais têm um valor especial, que se empenham em preservar seu  patrimônio, estão à frente nos conceitos da nova urbanização. A ideia é tornar o patrimônio algo vivo, uma referência na comunidade e na área a que serve. Nosso trabalho reside no reforço deste vínculo familiar, reconhecível, mas revitalizado em novos usos e com uma nova arquitetura.

Cada apartamento premium do TC foi realmente concebido para ser único? 

PM – Sim – queríamos trazer diversidade principalmente para os apartamentos de cobertura e fazer cada um único. Portanto, escolhemos quatro outros arquitetos premiados para trabalhar conosco: Haptic, Coffey Arquitetos, Piercy & Co e Archer Humphryes. Para os interiores dos apartamentos, a nossa abordagem tem inspiração nas referências ao patrimônio que o local representa, com ênfase nas inovações de seu tempo. Numa releitura desta tradição de inovação, utilizamos, nos banheiros por exemplo, novas tecnologias para os ladrilhos, acabamentos, padronagens e cores exclusivos com temáticas que fazem referência ao Television Centre.

O único jeito de se hospedar no TC será disputar um quarto no hotel privê Soho House, que também foi incorporado ao empreendimento?

PM – Vamos colocar 10 apartamentos para alugar também. Mas não se esqueça que estúdios da BBC voltam para o prédio em 2017 e também será possível assistir a alguns programas ao vivo, na plateia!

Qual é o aspecto mais desafiador de transformar um edifício com tanta história e utilização marcada pela BBC em um novo empreendimento que combina luxo, comunidade, trabalho, negócios, lazer, cultura, criatividade e urbanismo?

PM – O Television Centre é impregnado de história, pois foi a casa da British Broadcasting Corporation desde a conclusão do edifício, em 1960. O prédio é sinónimo da cultura popular britânica por ter sido o berço de programas de TV muito populares, como Doctor Who, e, portanto, detém um lugar especial na psiquê cultural britânica. Com o novo desenvolvimento e a introdução de novos usos, o desafio consiste em manter e construir sobre essa história através do reuso. Com os estúdios mais emblemáticos da BBC retornando ao local em 2017, estamos permitindo um verdadeiro mix de arte popular e cultura no âmbito do desenvolvimento urbano.

Leia mais sobre o Television Centre aqui (conteúdo brpress para Casa.com.br).

Leia mais sobre o Google London aqui (conteúdo brpress para Casa.com.br).

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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