Hull: cidade cultural britânica do ano
(Londres, brpress) - Atividades começam nesta sexta (03/02), com exposições num mercado de frutas transformado em galeria de arte.
(Londres, brpress) – Um mercado de frutas e verduras transformado em galeria de arte. Bem-vindo à Humber Street Gallery, novo espaço inaugurado nesta sexta (03/02), dentro do tradicional Fruit Market de Hull – “cidade cultural do Reino Unido 2017”. Com um passado de glórias na hoje decadente indústria pesqueira, Hull, cujo nome oficial é Kingston upon Hull, fica no condado de Yorkshire e vai sediar o Turner Prize 2017 – o mais importante prêmio de arte do Reino Unido e um dos mais prestigiosos do mundo – na recém-reformada Ferens Art Gallery. Em 26 de setembro será anunciado o ganhador do Turner.
Hull já foi um dos portos mais movimentados do litoral nordeste da Inglatarra. A cada ano, o programa UK City of Culture elege uma cidade britânica para sediar eventos culturais, ganhar um up e notoriedade no país e na Europa. Hull tem ruínas medievais bem conservadas e, mesmo sendo essencialmente portuária e pouco glamurosa, tem certa tradição na indústria criativa e promete bombar no verão europeu.
Subversão e sexualidade
Duas exposições abrem os trabalhos: uma retrospectiva do COUM Transmissions, coletivo subversivo fundado pelos artistas locais Genesis P-Orridge e Cosey Fanni Tutti que tomou de assalto o mundo da arte nos anos 60, depois de seu envolvimento no grupo musical Throbbing Gristle; e Power in Woman, reunindo três esculturas de Sarah Lucas, comissionadas pelo British Council para o Pavilhão Britânico na Bienal de Veneza.
O trabalho de Sarah Lucas tem uma forte simbologia do feminino e de como o corpo da mulher é “coisificado”. Ela coloca objetos estranhos em meio a estes pedaços de corpos fazendo uma arte provocativa e impregnada de sexualidade.
Da mesma geração de artistas igualmente provocadores, como Damien Hirst e Tracy Emin – do movimemto chamado Young British Artists (YBA), que arrebatou a cena de arte contemporânea nos anos 90 –, Lucas diz que não considera suas esculturas sexualmente explícitas nem chocantes: “Há coisas muito mais explícitas por aí. O que faz de meus pedaços de corpos femininos algo explícito para algumas pessoas é sua ideia pré-concebida de que o corpo feminino é impróprio”, diz
Na rua
Arte pública também ganha espaço pelas ruas de Hull, com destaque para o trabalho de Tanya Raabe-Webber para o programa Artlink, enfocando diversidade e inclusão. A abertura da Humber Street Gallery ajuda a consolidar a reputação de Hull como destino cultural, especialmente para as artes visuais.
Isso inclui a reabertura da aclamada Ferens Art Gallery, depois de uma repaginada de £5.2 milhões (cerca de R$ 20.2 milhões) para melhor abrigar sua coleção permanente com obras de Michelangelo, Lorenzetti e Francis Bacon, e da biblioteca Brynmor Jones, da Universidade de Hull, onde foram investidos nada menos que £28 milhões (cerca de R$ 109 milhões) para se tornar um centro cultural capaz de abrigar grandes exposições.
Para Martin Green, diretor-executivo da Hull UK City of Culture 2017, “a Humber Street Gallery será um ativo cultural incrível para a cidade, ajudando a consolidar o intercâmbio entre instituições consolidadas, galerias menores e coletivos que se encontram ao redor da cidade.”
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