Pop Art conecta São Paulo e Londres
(São Paulo/Londres, brpress) - Respingos da mostra The World Goes Pop, que ocupou a londrina Tate Modern, de setembro de 2015 a janeiro de 2016, e que a brpress viu e gostou, aconteceram na SP-Arte.
(São Paulo/Londres, brpress) – A Pop Art está conectando Londres e São Paulo. Respingos da mostra The World Goes Pop, que ocupou a londrina Tate Modern, de setembro de 2015 a janeiro de 2016, e que a brpress viu e gostou, aconteceram na SP-Arte. A Ricardo Camargo Galeria levou à edição 2016 da maior feira de arte do país, encerrada em 10 de abril, uma seleção de peso de representantes brasileiros do movimento. “É só a ponta de um iceberg, como se uma caixa de Pandora estivesse sendo aberta”, disse a galerista londrina Cecilia Brunson, curadora da exposição The World Goes Pop, que tem levado artistas brasileiros a Londres.
A Ricardo Camargo caprichou na seleção de artistas expostos na SP-Arte 2016: Rubens Gerchman, José Roberto Aguilar, Antonio Henrique do Amaral, Samuel Szpigel, Nelson Leirner, Roberto Magalhães, Glauco Rodrigues, Marcelo Nitsche, Claudio Tozzi e Wesley Duke Lee – estes cinco últimos também tiverem muito destaque na Tate Modern. Cecilia Brunson montou em sua própria galeria, a Cecilia Brunson Projects, em Londres, a primeira individual de Claudio Tozzi no Reino Unido: New Figuration and the Rise of Pop Art 1967-1971 (“Nova Figuração e o Advento da Pop Art 1967-1971”), reunindo obras dos anos 60 e 70, até março último.
Tozzi foi um dos um dos expoentes mais importantes do avant-garde brasileiro na década de 60 e continua a morar e criar obras em sua terra natal, São Paulo. Sua pegada crítica e fundamentalmente política com relação à cultura de consumo faz um contraponto ao trabalho dos principais artistas pop britânicos e norte-americanos que, na maioria das criações, celebraram a cultura de consumo (vide Andy Warhol). Os latino-americanos, como se viu em The World Goes Pop, apostaram “numa abordagem muito particular e talvez exclusiva para o gênero”, diz Ricardo Camargo.
‘Desemparedando’ o pop brasileiro
Para o galerista, o momento é de redescoberta desses artistas. “Dedico-me a esse tema justamente por ser muito significativo para mim. Não só acompanhei o lançamento de todos, como reuni oito destes nomes, em 2007, na mostra Vanguarda Tropical. A presença de Wesley Duke Lee na exposição The World Goes Pop só confirmou aquilo que eu estava esperando há muito tempo: chegou a hora de ‘desemparedar’ a geração de 1960″, comenta.
Cecilia Brunson está empenhada em estreitar as conexões da arte moderna e contemporânea brasileira com a Grã Bretanha. A curadora independente e especialista em arte latino-americana, nascida no Chile, está colaborando com a Almeida e Dale Gallery, em São Paulo, em uma série de três exposições na Cecilia Brunson Projects. A primeira foi de Claudio Tozzi. Ainda restam duas mostras, ainda não reveladas.
Mais uma exposição
A brpress também apurou, com exclusividade, que está sendo planejada pela Ricardo Camargo Galeria, com data a ser definida, uma mostra coletiva sobre a Pop Art brasileira ainda para 2016. Adiantaremos mais detalhes em breve.
BOX – POP ART FOI POLÍTICA NO BRASIL
(brpress) – Nos anos 1960, início do movimento no Brasil, frutificou entre os artistas locais uma tendência irônica derivada da Pop art norte-americana. Aderindo apenas à forma e à técnica utilizada na Pop Art, expressaram a insatisfação com a censura instalada na época, enfocando questões sociais e políticas.
O vigor, a originalidade, a transgressão e a ruptura com a arte do passado são os elementos característicos, com a utilização de novas técnicas e materiais, como o acrílico e o plástico e a incorporação de objetos às obras. A Pop Art é considerada como um marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental.
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