Flemmin(g)jante

(BR Prss) - Alex Flemming pretende quebrar jejum de expor no Brasil com grande individual em São Paulo, em agosto de 2014, quando completa 60 anos. Por Juliana Resende.

(brpress) – Mais conhecido pela população de São Paulo, especialmente a usuária do Metrô Sumaré, o paulistano radicado em Berlim Alex Flemming ‘reestartou’ sua conexão com o Brasil como headliner do sarau multimídia Destination Berlin, que aconteceu em novembro, em Berlim, produzido pela agência brasileira Alfaiataria Digital. 2014, ano em que o completa 60 primaveras, promete. E já começa com Flemming abrindo a série de palestras O MAC Encontra Artistas, em 11/03, nas nnovas instalações do Museu de Arte Contemporânea, no antigo Detran-SP.

    Hábil em mesclar fotografia e pintura – como a obra com fotos de rostos comuns que estampam sobriamente os vidros da estação Sumaré –, Flemming vai falar sobre sua nova série, Caos, que vêm desenvolvendo há cinco anos e na qual retrata mais gente comum, com a mesma dignidade e pegada pop com as quais marca a paisagem urbana paulistana.
    
    “Fotografo eu mesmo todos os retratados em minhas obras, jamais uso imagens de internet. Só mudo a pigmentação”, diz o artista, em entrevista exclusiva à brpress, por telefone, de seu estúdio no lado oriental de Berlim, no bairro artístico de Prenzlauerberg. “Fui aluno de Cristiano Mascaro e ele me ensinou que a marca do artista é o olhar”, reitera.

Clif e Macs

    A fotografia está tão presente na arte de Flemming que foi convidado a participar da Curitiba Luz Imagem e Fotografia (Clif), em novembro do ano passado. Ele fez a palestra A Fotografia na Obra de Alex Flemming, no Auditório do Museu Oscar Niemeyer (Mon), onde integrou a exposição Território Estrangeiro, coletiva incluindo obras da série BodyBuilders, do artista.

    Alex Flemming deu outra palestra sobre seu trabalho no recém-inaugurado Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba-SP (Macs), antes de participar da Clif. Foi o começo do fim de um jejum de Brasil que durou anos – exceto pela tímida presença com a série Lápides, na Pinacoteca de SP, há um ano e meio atrás –, e que Flemming pretende quebrar com uma grande individual em São Paulo, em agosto de  2014, quando completa 60 anos.
 
    “Quero levar 50 obras da série Caos, pela qual estou fascinado”, adianta. “Fazia tempo que não me sentia tão envolvido e devotado com os personagens que estou retratando – floristas, garçons, pedreiros, trabalhadores enfim”, diz. Sobre o título Caos, Flemming explica: “É sobre vida e morte, o ciclo caótico comprimos ao nascer até morrer. Do caos viemos ao caos voltaremos”, filosofa.

Brasileiro

    Morando na Alemanha pela segunda vez, Alex Flemming mantém acesa a chama que o faz se sentir “brasileiro na essência” e torce para que as manifestações que tomaram as ruas em julho continuem. As galerias Amparo 60, do Recife, e Ybacatu, de Curitiba, o representam por aqui.

    “Na minha arte a brasilidade sai sem pensar – meu colorido é inerente e sempre associado ao Brasil pela imprensa eurpéia – o que me dá muito orgulho, apesar das mazelas do país”, diz o artista que lembra com a mesma naturalidade e intensidade que tem sempre goiabada cascão na dispensa e que foi precusor do grafite nos anos 70, com Alex Vaullauri (1949-1987).

(Juliana Resende/brpress)

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