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Maffei, depois do Carnaval

(Rio de Janeiro, brpress) - Enlutado pela morte de um dos maiores professores de arte que já tive, divido aqui as dores e delícias de meu Carnaval. Por Paulo Betti.

Paulo Betti*/Especial para brpress

(Rio de Janeiro, brpress) – Amigos,

    Triste notícia a da morte de Lourival Maffei! Foi um dos maiores incentivadores dos artistas sorocabanos. Pedro Lopes, Toshi,Janice, Roberto Gil, Sayane. Ele nos reunia sempre generosamente em sua casa, onde mostrava sua coleção extraordinária de slides das pinturas dos grandes museus. Falava sobre os grandes autores teatrais, sobre as tendências do teatro mundial, sempre com sua indefectível pronúncia sorocabana.

    Lembro dele deitado na rede, cofiando a barba, falando do teórico teatral Meyerhold e olhando com seus olhos profundos e brilhantes para sua querida Mazé. Foi Maffei que me levou a primeira vez ao Masp. Fomos todos no seu DKW. Maffei ficava feliz acertando de quem eram os quadros que estávamos admirando. Mazé olhava no lado detrás da obra – naquela época no Masp os quadros principais ficavam expostos numa espécie de cavalete de concreto, o nome e os dados ficavam atrás.

    Maffei tinha o mesmo sobrenome de minha avó, mas eles não eram parentes.

Carnaval

    Meu carnaval foi eclético. Na sexta, reencontrei os amigos no bloco Depois a Gente se Vira, que terminou sua caminhada de folia no Sorocaba Clube. Pela primeira vez, entrei no Clube fetiche de minha infância e adolescência. Mentira – entrei uma vez antes, pelas mãos do teatro, quando fui ver O Santo e a Porca, na interpretação genial de Rubens Pelline. E outra vez quando ali era um museu de artes plásticas da prefeitura, o clube já estava desativado.

    Aquele lugar é maravilhoso para a prefeitura transformar num centro cultural. A fachada, belíssima, deve estar tombada e deve ser preservada. 

    No bloco do Depois sou tratado com muito carinho, mas nada me deixou mais feliz que ganhar uma camiseta antiga do São Bento – que um folião tirou do corpo e me presenteou. Também recebi uma camiseta atual do time que está invicto a cinco jogos na A2, ganhei essa da diretoria do time, na feijoada do Mandala. Moral, né?

    O Mercado Municipal de Sorocaba é visita obrigatória! Fui lá duas vezes, pois fiquei hospedado no hotel Cardum, a melhor localização da cidade. No sábado à tarde, a banda Dimas de Mello tocou, iniciando os festejos do Quilombinho.

    Todos os tempos; todas as rezas

    Não tem nada mais bonito do que uma banda musical e o som ao vivo dos instrumentos. Depois, veio o Leão da Vila, bloco do Quilombinho, com seu maravilhoso espetáculo de Maracatu comandado pelos abnegados e talentosíssimos Ramon e Telma. E, para fechar, o grupo musical Panela de Samba, que botou pra quebrar com o Carnaval de todos os tempos.

    No domingo, eu já estava em Piracicaba (SP), onde encontrei boa parte de minha família. À noite lá estava eu que também sou ecumenico, frquentando o culto dominical da Congregação Cristã do Brasil, com minhas duas irmãs gêmeas e meu cunhado. As mulheres de um lado, com seus lenços brancos rendados na cabeça, e do outro lado os homens com seus ternos e gravatas elegantes.

     Todos rezamos para expiar nossos pecados. Penso em Guimarães Rosa e como sou parecido com aquele personagem do Grande Sertão Veredas, que bebe de todas as águas. De todas as religiões.

    Na segunda, fui ver o Carnaval no sambódromo do Rio – atenção especial para Vila Isabel com o Samba de Martinho da Vila, homenageando Noel Rosa.
Sábado vou ver o desfile das campeãs. O desfile da campeã Unidos da Tijuca vai ser imperdível!

(*) Paulo Betti é ator e diretor.

Paulo Betti

Paulo BettiPaulo Betti é ator e direitor e sua coluna foi publicada pela brpress.

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