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Mistério do samba no Quilombinho

(Rio de Janeiro, brpress) - Fico muito contente com o funcionamento do cineclube Quilombinho! Comecei a gostar da idéia de cineclube quando freqüentava o colégio Salesiano e os padres passavam filmes dentro da igreja. Não me esqueço de O Pagador de Promessas, passando na capela. Por Paulo Betti.

Paulo Betti*/Especial para brpress

(Rio de Janeiro,  brpress) – Amigos,

    Vocês podem imaginar como fico contente com o funcionamento do cineclube Quilombinho! Comecei a gostar da idéia de cineclube quando freqüentava o colégio Salesiano e os padres passavam filmes dentro da igreja com projetores de 16 milímetros. Não me esqueço de O Pagador de Promessas, passando na capela da Auxiliadora. Corajosos os padres! O filme fala da intolerância da igreja!

    Foi uma experiência marcante ver aquele filme. Tanto que acabei fazendo a peça no papel do Zé do Burro, numa montagem amadora. A montagem me deu até um prêmio importante e decisivo na minha escolha da profissão de ator.
E agora, na casa onde fui criado em Sorocaba (SP), funciona o projeto Quilombinho que tem um cineclube!
Sessenta pessoas estarão reunidas no quintal de minha infância, onde agora tem um belo quiosque de palha, onde, com som e imagem de boa qualidade, poderão apreciar o filme O Mistério do Samba, com direção de Carolina Jabor e Lula Buarque de Holanda.

    Os espectadores verão Marisa Monte, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho falando com o pessoal da Velha Guarda da Portela. Uma verdadeira elite coroada do samba.
Certamente, o debate conduzido pelo psicólogo e interprete Marco Pereira, do grupo Panela do Samba – que também apóia o cineclube _, vai falar sobre o samba na Vila Leão, onde o Quilombinho está instalado.

Que bonito é

    Isso é o mais bonito do projeto, poder trabalhar a estima da criançada que freqüenta um lugar onde seus pais e avós sonharam e realizaram lindas músicas em memoráveis batuques e samba de roda.
É claro que, quando se fala em samba, se fala primeiro no Rio de Janeiro. E nada mais representativo do que essas pessoas que aparecem no filme, grandes astros de nossa música homenageando a Portela.

    Mas houve samba também na Vila Leão. Há samba em todos os lugares, onde existem negros e amantes da música.
Dizem que o samba nasceu no Rio, a Bahia diz que nasceu lá também. Será que nasceu num lugar só?

Doce infância

    O poeta Cacaso diz: “A infância é minha pátria, por isso vivo no exílio”. Lembro do samba na frente da minha casa. Dos tamborins, do chão de terra.

    Ainda bem que o Quilombinho sai no sábado de Carnaval e posso voltar pra casa pra me divertir, voltar pra minha pátria, pra minha rua ancestral, onde corri com meus sonhos e desejos, com os pés esfolados na terra e no pedregulho. Mas isso será no Carnaval.

    Enquanto isso, o Quilombinho vai esquentando os tamborins com o cineclube.

Se você mora em Sorocaba (SP) ou arredores, não perca. A entrada é gratuita. Dia 11/02, às  19h30, na Rua Caramuru, 203. Sei esse endereço de cor. Era nele que recebia as apostilas do Instituto Universal Brasileiro com meu curso de Correspondência Comercial por Correspondência. Foi nesse endereço também que recebi minha dispensa do serviço militar.

    Logo depois viria o exílio. Mesmo que ficasse na Vila Leão ele viria, pois a infância estava acabando.

    Agora posso ser criança de novo! Torço para chegar logo o Carnaval.

(*) Paulo Betti é ator e diretor. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor.

Paulo Betti

Paulo BettiPaulo Betti é ator e direitor e sua coluna foi publicada pela brpress.

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