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O sol na banca de revista

(brpress) - Prefiro banca de jornal. Sou viciado em jornais. As notícias se repetem. Mas o tratamento que cada um dá a elas é que me diverte. Por Paulo Betti.

Paulo Betti*/Especial para brpress

(brpress) – Amigos, 

O título acima é um verso da belíssima canção de Caetano Veloso. Disseram que era uma referência ao jornal O Sol, que existia na época. Prefiro banca de jornal, mas Caetano colocou revista para conseguir a rima. Prefiro jornal à revista. A maioria de fofocas que enche as bancas não me atrai.

 Sou viciado em jornais. Mas não compro nas bancas. Sou assinante. Assino quatro. Dois de São Paulo e dois do Rio. As notícias se repetem. Mas o tratamento que cada jornal dá a elas é que me diverte. A opinião vem sempre embutida numa pretensa imparcialidade. É claro que não existe equidade nenhuma, cada um defende seu peixe, seus interesses.

 Os dois jornais de São Paulo dão muito problema na entrega. Pelo menos uma vez por semana um deles não chega. Eu ligo para o serviço do assinante e peço o meu exemplar mesmo que seja atrasado.
Faço uma leitura dinâmica todo dia e separo coisas para ler depois. Ainda guardo matérias que me interessam mais em pastas separadas. Os jornais vão amarelando nas pastas.

 Prediletos

 Meus cronistas jornalistas preferidos do momento são Tostão, Hugo Georgetti, Luis Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, José Geraldo Couto, Ferreira Goulart, Luis Carlos Merten, Beth Nespoli, Bráulio Tavares ( que leio no blog), Jefferson Del Rios (crítico teatral paulista que não perdeu a paixão), Joaquim Ferreira dos Santos, Xico Sá, Waldemar Solha (também pelo blog), Maria do Rosário Caetano (na internet), Ruy Castro, Luiz Zanin, Arnaldo Bloch, Tutty Vasques, Barbara Helidora (crítica teatral carioca de mão extremamente pesada), Macksen Luis (crítico teatral carioca mais ponderado), Mariangela Alves de Lima (crítica teatral paulista de profundidade).

 No dia que meu filho nasceu, guardei uma edição de cada jornal para que, no futuro, ele possa ver  o que acontecia no dia que ele veio ao mundo. Guardei num saco de plástico e não está amarelando.

 Copas

 Mas o que gosto nas bancas é de comprar figurinhas para o João. Na Copa do Mundo passada ele tinha três anos e decorou todas as trinta e duas bandeiras de cada país. No domingo, começamos a coleção dessa Copa. Ele vibrou ao ver que no time brasileiro tinha o Ronaldinho – pelo menos como figurinha. Eu prefiro que o Dunga convoque o Neymar.

 Comprei também o primeiro DVD da coleção sobre as copas do mundo. Ele vai ver a Copa de 70 e conhecer os velhos jogadores. Mostrei para ele o filme Pelé Eterno e João adorou ver os gols do rei do futebol.

 Mas o que mais gosto nas bancas são os livros. No momento, tem uma coleção de clássicos que é uma beleza. Livros maravilhosos como Crime e Castigo, de Dostoyevsky, e Machado de Assis, com capas lindas e coloridas, que farão bonitoa nas estantes de qualquer casa. E principalmente nas mentes dos leitores.

 Como meu amigo leitor pode ver passo a maior parte de meu tempo lendo jornal ou livros. E minha opinião sobre tudo? Tenho cada vez mais dúvidas que certezas. Será que é por causa da leitura ou pela idade, que vai nos mostrando que a verdade não existe? “Assim é se lhe parece”. Era o título de uma peça de Pirandello que dirigi nos distantes anos 80.

(*) Paulo Betti é ator e diretor.

Paulo Betti

Paulo BettiPaulo Betti é ator e direitor e sua coluna foi publicada pela brpress.

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