Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

UPP da favela do Mandela, no Rio de Janeiro: Cidade Integrada pretende repaginar Unidades de Polícia Pacificadora. Tânia Rêgo/Agência BrasilUPP da favela do Mandela, no Rio de Janeiro: Cidade Integrada pretende repaginar Unidades de Polícia Pacificadora. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cidade Integrada ocupa Jacarezinho com polícia

Líder de moradores questiona se projeto do governo também inclui escolas e Vila Olímpica na comunidade, além de policiamento ostensivo.

(brpress) – Será o programa Cidade Integrada, iniciado  nesta quarta (19/01), pelo governo do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho – onde em maio de 2021 uma operação policial terminou com 28 mortos, sendo considerada a mais letal da história do RJ  –, algo que se aproxime da criação da chamada “polícia cidadã”? 

Este é um dos principais pontos convergentes da ADPF das Favelas, ação coletiva proposta por organizações sociais e partidos políticos para diminuir a letalidade e violação de direitos durante operações policiais nas favelas do Rio, que está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

Os proponentes da ação demandam a “criação de um observatório judicial sobre Polícia Cidadã, formado por representantes do STF, pesquisadores, representantes das polícias e de entidades da sociedade civil, a serem designados pelo presidente do Tribunal, após aprovação de seus integrantes pelo plenário da Corte”. 

UPP, o retorno?

O Cidade Integrada pretende ser uma ocupação social de comunidades pelas polícias do RJ – uma espécie de reformulação do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), criado em 2008 e desintegrado ao longo dos anos.

A Secretaria de Segurança Pública do RJ não forneceu mais detalhes sobre como o Cidade Integrada vai funcionar.

O presidente da Associação de Moradores do Jacarezinho, Leonardo Pimentel, questiona quais são as ações que o governo do Rio de Janeiro pretende implementar na comunidade, além das operações policiais, por meio do programa Cidade Integrada. 

Investimento no que precisa

“Nossa comunidade é ordeira, e que vive se recuperando ainda da operação mais letal que teve na história do estado do Rio de Janeiro”, ressalta o líder comunitário, em entrevista ao jornal Voz das Comunidades, . 

“A gente quer saber se a Vila Olímpica do Jacarezinho também entra nesses recursos; as escolas que o Jacarezinho precisa, em tempo integral, entram nesses recursos; se a Faetec que precisa funcionar aqui, entra nesses recursos. A gente quer saber qual é a ideia do governador”, questiona Leonardo Pimentel.

Tráfico e milícia

A ação no Jacarezinho começou com o efetivo de de 1.200 homens e, até o momento do fechamento desta edição, havia somente 250 homens no território. A comunidade é dominada por uma facção do tráfico de drogas.

No meio da manhã, outro efetivo foi para a Muzema, sub-bairro do Itanhangá, na zona oeste do Rio, subjugado pela milícia. A região é a mesma onde dois prédios irregulares desabaram matando 24 pessoas em 2019. .

Ainda não houve registro de tiros disparados desde o início do Cidade Integrada. Entretanto, 32 prisões já foram efetuadas, sendo duas no Jacarezinho e 30 nas comunidades da Muzema, Tijuquinha e Morro do Banco, onde também foram identificadas seis construções irregulares. A ação tem o objetivo de efetuar 42 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, segundo nota da Polícia Civil. 

Polícia para o que precisa

Com o longo histórico de violência militarizada no Brasil e, especialmente, nos recentes anos do estado do Rio de Janeiro com os inúmeros casos de letalidade policial, o conceito da Polícia Cidadã foi defasado. 

Por conta disso, a ADPF das Favelas pede para que seja criado um observatório sobre como melhorar este cenário atual, trazendo para a prática o conceito de policiamento social, que visa assegurar os direitos do cidadão e não violá-los para o dia-a-dia carioca. 

Quando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram instaladas em 2008, a idealização do programa contava com a ocupação de territórios dirigidos por facções criminosas para realizar um serviço de policiamento comunitário, voltado para o bem estar da população – a mais vulnerável, devido à pobreza e o racismo estrutural.  

Ao longo dos anos, o discurso comunitário acabou se tornando teoria, e os casos de letalidade policial demonstram como a ideia central das UPPs acabou por falhar.

(Colaborou Samara Lopes, especial para brpress)

#cidadeintegra #upp #adpfdasfavelas #violenciapolicial #jacarezinho #violenciainstitucional #policiacidadã #direitoshumanos #favelas #segurançapublica

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate