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Filmes como As Torres Gêmeas exploraram diversas consequências dos atentados de 11/09. DivulgaçãoFilmes como As Torres Gêmeas exploraram diversas consequências dos atentados de 11/09. Divulgação

11/09: realidade e ficção

(brpress) - Ataque terrorista completa 10 anos e, de lá para cá, muitos filmes sobre o tema foram feitos – especialmente documentários. Por Vanessa Wohnrath.

(brpress) – Aquela manhã de 11 de setembro de 2001 ficou na história. O plano arquitetado por Osama Bin Laden – que acabou no esfacelamento das torres do World Trade Center, em Nova York – e o ataque ao Pentágono fizeram o mundo questionar se aquilo que se via era era mesmo realidade ou um filme-catástrofe.

Nesse clima de surrealidade, o assombro causado pelas impactantes imagens abriu o apetite da indústria cinematográfica: era preciso explorar a tragédia e questionar suas razões por meio do cinema, mas ninguém sabia se as pessoas teriam estômago para rever aqueles momentos na tela.

Replicantes

Não demorou para que filmes acerca dos atentados começassem a ser produzidos. No ano seguinte, estreou no cinema 11 de Setembro (11’09”01 – September 11, 2002), uma coletânea de curta-metragens de 11 diretores expondo suas visões sobre a tragédia, como Amos Gitai, Alejandro González Iñárritu, Ken Loach e Mira Nair. Os curtas, dirigidos por Sean Penn e Claude Lelouch, primam pela sensibilidade na abordagem dos ataques terroristas.

Na televisão, foi exibido o documentário 11/9 (9/11, 2002), com imagens captadas por dois cineastas franceses, Gédéon Naudet e Jules Naudet, que estavam em Manhattan no dia do ataque ao World Trade Center.

Histórias paralelas

No entanto, filmes que retratam o que aconteceu em 11 de setembro são poucos. As Torres Gêmeas (World Trade Center, 2006) enfoca a história dos policiais John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Peña), que ficam presos nos escombros e esperam por socorro.

Dois filmes preferiram fantasiar o que ocorrera com o quarto avião sequestrado pelos terroristas de Bin Laden, que seguiria para o Capitólio, em Washington: Voo 93 (Flight 93, 2006) e Voo United 93 (United 93, 2006). O primeiro é uma produção televisiva de pouca expressão. O segundo é um dos melhores filmes sobre o 11 de setembro.

O diretor Paul Greengrass, com sua câmera na mão e close de rostos, faz um drama surpreendente, mesmo quando se sabe o final da história. Em clima de ou tudo ou nada, heróis anônimos – os passageiros – partem para cima dos terroristas para impedi-los de chegar à Casa Branca.

Reflexos

Se o retrato factual de 11 de setembro não gerou produção em massa, os filmes que discutem suas consequências pulularam. Reine Sobre Mim (Reign Over Me, 2007) traz Adam Sandler na pele de Charlie, homem que perdeu a família durante o ataque em Nova York. Ao reencontrar um amigo de faculdade (Don Cheadle), ele percebe que a amizade pode ser a saída para superar o trauma.

Em Querido John (Dear John, 2010), Savannah (Amanda Seyfried) e John (Channing Tatum) se conhecem e se apaixonam. O romance será testado quando ele, um militar, precisa ir para o Afeganistão depois dos ataques de 11 de setembro.

A Volta dos Bravos (Home of the Brave, 2006), mostra três soldados que tentam retomar a rotina quando voltam da traumática guerra do Iraque – sempre enfocada do ponto de vista dos americanos, mesmo que muito mais civis iraquianos e afegãos tenham sido mortos nas invasões e ocupações, cujo resultado pode ser medido pelo caos em que tais países se encontram e na crise econômica norte-americana.

Oscar

As guerras do passado renderam muitos filmes e os efeitos do 11 de setembro apresentaram pelo menos um do gênero “filme de guerra”: o longa Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008). Ganhador de seis Oscar, a produção deixa de lado a politicagem e as referências ao 11 de setembro para explorar os últimos 38 dias de trabalho de três oficiais do esquadrão antibombas, na guerra do Iraque.

Enquanto Owen (Brian Geraghty) e Sanborn (Anthony Mackie) não veem a hora de voltar para casa, James (Jeremy Renner) encontra na zona de guerra seu lar, doce lar. O vigoroso trabalho da diretora Kathryn Bigelow resulta numa produção visceral, tensa e em ritmo documental.

Cinema-verdade

Na exploração do 11 de setembro, o gênero documentário é o mais prolífico. O ataque é tratado em diversas vertentes. Desde os relatos de quem foi afetado pela tragédia – caso de Rebirth (2011) – até propostas de arquitetos para um novo World Trade Center, visto em After September 11th: Reimagining Manhattan’s Downtown (2003).

No documentário Fahrenheit 11 de Setembro (Fahrenheit 9/11, 2004), o cineasta Michael Moore mira no então presidente dos Estados Unidos George W. Bush. Na abertura do filme, a tela fica escura e ao fundo ouvem-se ruídos de pessoas em pânico nas proximidades do World Trade Center.

Mais tarde, Moore questiona os motivos para a realização da guerra do Iraque e os interesses por trás da decisão, em defesa dos cartéis de petróleo. Em outro momento, ele conversa com uma mulher que perde o patriotismo quando recebe a notícia de que seu filho, então soldado, havia morrido no Iraque.

Assim como Fahrenheit, muitos documentários exploram as consequências dos atendados de 11 de setembro: os desafios, as injustiças e as sequelas das guerras do Iraque e do Afeganistão. Alguns exemplares dessa linha são Iraq in Fragments (2006), No End in Sight (2007) e Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience (2007).

Morte e trauma

Restrepo (2010) foi um dos últimos dessa leva. Nele, um pelotão passa três anos no leste do Afeganistão, no Vale Korengal, considerado não só o lugar mais perigoso do país como também o lugar mais mortal da Terra. Com a retirada das tropas americanas, os oficiais não sabem lidar com as lembranças da guerra.

Nessa linha, é impossível não se indignar com as razões sujas para tanto sofrimento com Entre Irmãos (Broders, 2009), em que Tobey Maguire come o pão que o diabo amassou como soldado prisioneiro de afegãos, enquanto sua jovem mulher (Natalie Portman) e as filhas pequenas dão como certa sua morte pela falta de contato.

Dez anos após os atendados de 11 de setembro, Hollywood não dá descanso ao tema e prepara para o ano que vem um filme sobre a ação militar que culminou na morte de Bin Laden. À frente da produção está a novamente a diretora Kathryn Bigelow e o roteirista Mark Boal, que trabalharam juntos em Guerra ao Terror.

(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)

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