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Anne Hathaway: Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Os Miseráveis. Foto: Working Title FilmsAnne Hathaway: Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Os Miseráveis. Foto: Working Title Films

Anne Hathaway fala de Os Miseráveis

"Nossa cultura faz do sexo uma commodity", diz atriz sobre desafio de viver prostituta em Os Miseráveis.

(Londres, brpress) – A saga de Anne Hathaway, envolvendo toda a trajetória, da preparação à maratona de entrevistas e aparições no lançamento de Os Miseráveis (Les Misérables, 2012), foi recompensada com o Oscar 2013 de Melhor Atriz Coadjuvante.

Foi esta Anne Hathaway gloriosa e segura, praticamente uma diva de Hollywood, que apareceu na entrevista para jornalistas internacionais junto com o elenco principal de Os Miseráveis, no lançamento do filme, em Londres.

Ela acidentalmente deixa a identificação com seu nome cair no chão do salão do chique Claridges Hotel, a coloca de volta e diz: “A menos que esqueçam, sou Anne Hathaway… Oi!”. Isso seria impossível.

A atriz cresceu e apareceu, passando por percalços típicos dos excessos de holofotes. Foi fotografada sem calcinha na pré-estreia nova-iorquina  do filme (lance possibilitado pela fenda do vestido de gala que usava, ao descer do carro) e ficou sem palavras. Mas nada que se compare ao efeito do papel que a consagrou em Os Miseráveis, no qual vive a prostituta Fantine.

“Interpretar essa mulher definitivamente me fez crescer”, disse, em evento para promover o filme, em Londres. E, cá entre nós, fosse a nudez um problema para a atriz, ela jamais teria feito a atiradona Maggie Murdock, garota com uma doença crônica que se joga num relacionamento à base de sexo com Jake Gyllenhaal, em O Amor e Outras Drogas (2010).

‘Devastada’

O fato é que um simples descuido teve o poder de deixar até a Mulher Gato (personagem defendido pela atriz em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge) “devastada”. Foi com essa palavra que Anne descreveu seu sentimento na ocasião do flagra.

Nem a separação traumática do namorado italiano Raffaello Follieri, preso por fraude no setor financeiro americano e deportado, em 2008, produziu uma declaração com esse peso. Anne ficou mesmo muito envergonhada – talvez, porque a nudez involuntária seja sinônimo de vulnerabilidade e descontrole, num mundo onde a imagem é cada vez menos construída com base na espontaneidade.

 A atriz – mais conhecida por filmes água-com-açúcar como O Diabo Veste Prada (2006) e O Diário da Princesa 1 e 2 (2001 e 2004) – já havia se despido por completo para encarar o maior desafio de sua carreira, que pode levá-la ao pódio do Oscar: traduzir na carne (e na alma) o sofrimento e a humilhação pelos que passa Fantine, na tentativa de sustentar sua filha, em Os Miseráveis.

Largo sorriso

 Anne Hathaway veste pantalona e sapatos de saltos futuristas (não, nada é Prada). Fala com desenvoltura, sempre com uma resposta para tudo finalizada pelo largo sorriso que é sua marca. Ela aparenta estar no  controle absoluto da situação e até um pouco entediada.

Pode parecer até fria em alguns momentos – mas não calculista. Irônica, talvez. “Estou respirando, então é claro que eu conheço Susan Boyle!”, dispara, quando perguntada se havia se inspirado na versão de I Dreamed I Dream, mais conhecida na voz da cantora-fenômeno de internet, na qual Anne mostra sua ótima preparação vocal em Os Miseráveis.

“Sou uma geek de musicais desde menina”, revela a atriz.

De corpo e alma

 A performance de Anne Hathaway tem sido muito elogiada no filme. Principalmente, porque cantar e atuar é fisicamente extenuante. Aos 30 anos, ela doou-se 100% para este papel, tendo emagrecido 11 quilos. De novo, a questão do corpo, o que fazemos dele e como o exibimos, toma a dianteira na vida de Anne.

Se ela fica nua em cena? Não. Faz sexo? Sim, de roupa, numa rapidinha com um cliente nojento, num beco mais nojento ainda da Paris do século 19 assolada pela pobreza.

Outra cena intensa foi a que Anne teve seu cabelo raspado – “Era meu próprio cabelo”, conta. Ela acha que, quanto mais cenas físicas reais um ator puder fazer, melhor. “Quando contei pro meu namorado (o atual, Adam Shulman), ele disse: ‘E como vai encarar ser uma noiva careca?’ Respondi que seria numa boa, pois quero ser quem sou: uma atriz, de corpo e alma”.

Anne se casou em setembro e acrescentou. “Devo confessar que fiquei bem assustada com a cena da raspagem. Quem me acalmou foi Tom  Hooper [o mesmo diretor de O Discurso do Rei].”

Commodity

Se Anne se identifica com a sofrida prostituta? “Tenho muito pouco em comum com ela. Por isso, fiz muita pesquisa e laboratórios para entrar no submundo da miséria e da prostituição e sobre como era ser uma mulher naqueles tempos”, conta.

Anne conheceu a dura realidade de escravas sexuais – “o que é, claro, absolutamente horrível, vergonhoso e doloroso. A emoção que brotava em entrevistas com essas mulheres me impressionou muito. Foi chocante!”

A atriz também ficou chocada com a cena que ela mesma causou – e sem nenhum ensaio, garante. “Isso me deixa triste por dois motivos: primeiro, porque vivemos numa época em que quando alguém te fotografa num momento vulnerável, em vez de deletar a imagem, ela é vendida; depois, porque nossa cultura faz do sexo uma commodity”.

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(Colaborou Steffen Michels, especial para brpress)

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