Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Nick Murphy confessa que um de seus filmes preferidos é O Poderoso Chefão. Foto: Tim Whitby /Getty Images for BFINick Murphy confessa que um de seus filmes preferidos é O Poderoso Chefão. Foto: Tim Whitby /Getty Images for BFI

Blood reverencia mestres do thriller

(Londres, brpress) – Filme com Paul Bettany é veiazinha que estoura para se descobrir que gênero, mesmo cheio de clichês, ainda pulsa. Por Maysa Monção.

(Londres, brpress) – O que faria você entrar numa sala de cinema no 56o. BFI London Film Festival, o Festival de Cinema de Londres, para assistir a um enésimo thriller sobre um detetive atormentado por seu crime?

    Um bom elenco (Paul Bettany, Brian Cox, Mark Strong)? Uma boa produção (a cargo de Sam Mendes, que andava meio sumido das telinhas e preferira investir numa produção shakesperiana com Kevin Spacey para o teatro Old Vic em Londres)? Foi o que moveu minha curiosidade cinéfila.

    Confesso que os primeiros minutos de Blood, segundo longa de Nick Murphy (de O Despertar), me desapontaram: clichês como uma cena constrangedora e de violência no banheiro masculino, policiais esperando dentro do carro e tomando café para não dormir, a sombra que aparece antes do corpo numa cena de suspense.

    E então me pergunto: o que vim fazer aqui? Mas então um detalhe me surpreende e sou obrigada a me render à beleza do filme: as janelas da delegacia de polícia são como vitrais de igreja. É verdadeiramente o espaço da confissão e da rendição.

    Ao final da sessão, pergunto ao diretor Nick Murphy se esta escolha inusitada fora proposital. “50% das escolhas dos diretores são pensadas, o resto não. Não confio em diretores que dizem que pensam em cada detalhe. Não sei bem por que quis um sofá vermelho, mas quis. Sei, sim, que queria contruir uma atmosfera de pressão com a arquitetura de Buckinghamshire.” E construiu, talvez porque esta região do Reino Unido seja a sua terra natal.

Hitchcock e Coppola
    No momento em que me rendi, fui até os mestres Hitchcock e Coppola, os quais sabiam muito bem como dirigir o olhar do espectador. É só dar a ele a dádiva de saber mais, às vezes mais até do que os personagens, para ele se sentir cúmplice e ter prazer.
   
    Não à toa, Nick Murphy confessa que um de seus filmes preferidos é O Poderoso Chefão. E então, você acredita até no que poderia ser inverossímel. Murphy explica: “Quando você está dentro da história, é isso o que conta, e não o fato de que Brian Cox e Paul Bettany não se pareçam irmãos gêmeos”. 

   

O diretor explica por que preferiu que os atores não fizessem laboratório e fossem mais intuitivos: “Queria que eles fossem tiras dentro daquele mundo [o do filme], e não neste mundo”.
 
    Nick confessa que o elenco não era o de sua primeira escolha, mas afirma: “A minha primeira escolha não era tão boa quanto esta”. Acrescenta ainda que, ao ler o roteiro de Bill Gallagher, o que lhe interessavam eram os aspectos psicológicos dos personagens. “Queria que a história fosse lida como um thriller.” 

   

Mais do que uma “leitura”, Blood é a própria verve do thriller, uma veiazinha que se estoura para se descobrir que o gênero, mesmo injetado com clichês, ainda pulsa.

(Maysa Monção/Especial para brpress)

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate