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Tom Hanks e um dos piratas somalis em cena de Capitão Phillips. Foto: DivulgaçãoTom Hanks e um dos piratas somalis em cena de Capitão Phillips. Foto: Divulgação

Capitão Hanks encarna Disney

(Londres, brpress) - Capitão Phillips traz ator na melhor forma mas foi zebra no Oscar como Walt nos Bastidores de Mary Poppins, que estreia no Brasil; confira entrevista. Por Patrícia Dantas e Juliana Resende.

(Londres, brpress) – Com público recorde estimado em 151 mil espectadores, a 57ª edição do BFI London Film Festival começou e acabou com Tom Hanks, em outubro. O ator foi o grande astro do festival, onde conversou com a imprensa (leia entrevista abaixo).

    Ele falou sobre os dois filmes que protagoniza: Capitão Phillips (Captain Phillips, EUA, 2013), investida de Paul ‘Bourne’ Greengrass nas águas dos piratas somalis, já exibido no Brasil nesta sexta, e Walt Nos Bastidores de Mary Poppings (Saving Mr. Banks, EUA, 2013), que chega ao país em 08/03/2014 e que fechou o LFF, com a première mundial. Este filme mostra a saga dos estúdios Walt Disney (Hanks vive o criador do Mickey) para comprar os direitos do livro Mary Poppins.

    Mas é capitaneando o primeiro  transatlântico americano de carga sequestrado por piratas em 200 anos (história real, ocorrida em 2009), o MV Maersk Alabama, que Tom Hanks faz sua volta triunfal ao cinemão, após um jejum de 13 anos, desde (com o perdão do trocadilho) Náufrago (2000). Capitão Phillips assim como Walt Nos Bastidores de Mary Poppings foram as grandes zebras do Oscar 2014.

Para quem já tem duas estuetas – por Filadélfia (1993) e Forest Gump – O Contador de Histórias (1994)  – não há tempo ruim. O fato é que Tom Hanks é o ator campeão de bilheteria de Hollywood (seus filmes arrecadaram US$ 8,5 bilhões no total).

    Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Tom Hanks, no festival de cinema de Londres:

Você interpreta o capitão Richard Phillips, um homem  que passou por essa experiência radical há pouco tempo e sobreviveu. Você o conheceu?
Tom Hanks – Eu sai com ele algumas vezes e conversamos longamente.

Viver no cinema alguém que existe e que passou por um evento traumático, tendo sobrevivido, traz responsabilidade e pressão extras para você como ator?
Tom Hanks – Há um pouco de vantagem  e uma pressão que vêm junto com algo  que não é ficção. Há muito pouco
que você precisa para fazer jus à verdade. Trabalha-se com elementos que devem condensar e traduzir para a tela algo que aconteceu de fato.  É como transformar a realidade em efeito dramático. Por um lado, é bom porque você não tem de inventar tudo em uma história real, apenas recriá-la.

Porém, você não tem de fazer justiça só a uma história e um cineasta, mas também à verdade e à vida de alguém. Não é mais intenso o trabalho do que numa ficção?
Tom Hanks – O aspecto da responsabilidade é que você tem de interpretar o mais próximo da verdade possível. Não é um documentário , é claro, mas ainda nas primeiras reuniões que tive com Rich [Richard Phillips), avisei: ‘Vou dizer coisas que você nunca disse. Vou fazer as coisas que você não fez. Mesmo assim, chegaremos o mais próximo da autenticidade possível.”

Como você conseguiu fazer a cena do colapso emocional final?
Tom Hanks –  Isso é um segredo. E eu não abro mão de mantê-lo assim. É como pedir a fórmula da Coca-Cola. Gosto de me considerar como um ator criativo, que é ser capaz de chegar lá quando o momento pede.

Que impressão você teve quando conheceu o verdadeiro capitão Philips? Ele foi receptivo? Foi difícil para você? Tom Hanks –  Não é o mais confortável  dos momentos para entrar na casa de alguém e dizer: “Oi, eu sou o cara do  Forrest Gump e eu vou agora ser você em um filme, quer goste ou não.”  Rich tinha passado para o lado das celebridades depois que o sequestro aconteceu. Ele deu entrevistas  falou à mídia,  então entendeu a estranheza de tudo e aceitou isso completamente.

Como é o capitão na vida real? Esse episódio o deixou amargo?
Tom Hanks –  Ele é um cara muito feliz. Bem colocado, ele é engraçado, quase um pateta. Quando eu o conheci, ele estava vestindo apenas meias e assistindo a um jogo de basquete em um lounge. Nós sentamos e assistimos ao jogo por um tempo e depois começamos a conversar, em geral, sobre como ele se tornou capitão de navios, tais como o Alabama. Ele entendeu completamente o que nós estávamos nos propondo a fazer.

Sobre o que conversaram?
Tom Hanks – As perguntas que eu tinha para ele não eram uma lista do que sentiu ou do que fez ou viu na ocasião. Eu estava apenas tentando obter uma compreensão geral do quão complicado é ser um capitão em primeiro lugar.

E o que descobriu de mais interessante nestas conversas com o capitão?
Tom Hanks –  Descobri o lado interior de Philips e que eu deveria externá-lo no filme. Ele tem um protocolo a seguir como capitão – um conjunto de regras , de tarefas muito específicas para realizar. Mas assim que ele viu as lanchas dos piratas no horizonte, ele teve de tirar essa ‘máscara’  e chegar a uma fórmula física e mental completamente diferente.

Ele gostou de que você fosse o ator escolhido para interpretá-lo?
Tom Hanks – Acho que sim. Mas o fato de eu ser seu rosto público e tornar sua experiência conhecida para grandes audiências é um fardo que ele terá que enfrentar mais do que eu.

Foi difícil para Phillips para relembrar a experiência de ser seqüestrado pelos piratas?
Tom Hanks – Eu acho que era uma memória muito tátil para ele. Muita coisa estava em seu livro [A Captain´s Duty: Somali Pirates, Navy SEALS, and Dangerous Days at Sea], mas os detalhes humanos que vieram à tona  com nossos encontros foram incrivelmente valiosos. Nos 5 dias que ele ficou como refém dos piratas no bote salva-vidas, houve momentos hilariantes. Todos riram num certo ponto,, ele brincou sobre a “Marinha da Somália” versus a Marinha dos EUA, e sua habilidade em fazer nós de marinheiro.

Pode-se dizer que Phillips teve mesmo momentos de empatia com um dos piratas – e momentos de conflito explícito e tensão com outro?
Tom Hanks – Sim, pelo menino mais novo, que se feriu ainda no navio. Ele questionava por que estava metido com aqueles bandidos e insinuava que poderia escolher outra vida. Disse também estar convencido de que o pirata grandão estava disposto a meter bala em sua cabeça a qualquer momento.

(Juliana Resende/brpress. colaborou Patrícia Dantas/Especial paara brpress)

Assista ao trailer de Capitão Phillips:

Assista ao trailer de Walt nos Bastidores de Mary Poppins:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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