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O robô Chappie com sua mãe gansgsta: mais humano que muita gente. Foto: DivulgaçãoO robô Chappie com sua mãe gansgsta: mais humano que muita gente. Foto: Divulgação

Chappie é ‘Blade Runner’ infantil

(brpress) - Há várias referências ao clássico de Ridley Scott no filme sobre "robô-humano", do diretor de Distrito 9. Por Juliana Resende.

(brpress) – Neill Blomkamp entrega mais uma de suas ficções científicas apocalípticas e sociológicas com Chappie, que estreia no Brasil em 16/04. Desta vez, Blomkamp humaniza um robô policial, que por obra do homem ganha emoções e consciência humanas. Na verdade, mais humanas que alguns humanos.

    A premissa é boa e já foi bastante explorada por outros personagens do gênero, com menos moralismo e mais humor, como é o caso do robô niilista Marvin, de O Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Sul-africano, o jovem diretor e roteirista também mostra  novamente uma Johannesburgo que poderia fácil ser São Paulo, já que ambas as metrópoles de 3o. mundo são bastante semelhantes no caos, na feiúra e na criminalidade.

    Certamente, Chappie é o mais infantil dos outros libelos sócio-futuristas de Blomkamp: Distrito 9 (2009), em que alienígenas são confinados numa favela em condições “sub-humanas” (uma clara analogia do Apartheid), e Elisyum (2013), com os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga na pele de pobres latinos condenados a viver na Terra, enquando os ricos vão para luxuosas estações espaciais.

    Chappie dever ser o filme de maior sucesso, pois tem grande apelo ao público adolescente pelos fantásticos efeitos especiais e por explorar a formação de caráter do robô, dividido entre o bem (representando por seu Criador, vivido por Dev Patel, ótimo) e o mal (por seu “pai”, o gangster Ninja), intermediados pelo amor e ternura de sua “mãe”, a mulher de bandido Yolandi, que mais parece um andróide saído de Blade  Runner.

Referências

    Há, aliás, várias referências ao clássico de Ridley Scott. A mais gritante é a preocupação de Chappie com a morte, o que o leva à revolta contra seu Criador, por quem nutre uma conexão incondicional – a mesma que se via entre o engenheiro genético Sebastian e seus “filhos” em Blade Runner, derivado do livro Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick.

    Como os andróides de Scott, Chappie é caçado por seu comportamento transviado. No entanto, é sua sobrehumana força de vontade que o salva. A uma certa altura, torcemos para que Chappie se desintegre em meio às maldades do mundo dos homens. De novo, Blomkamp não diferencia o militar truculento vivido por Hugh Jackman (que solta sem timidez seu sotaque pesado australiano em meio ao inglês quase escocês dos sul-africanos) da bandidagem bárbara que domina Johannesburgo.

    A polícia, por sua vez, é tão patética e ineficiente quanto aquela na vida real televisionada. Outra questão remete a uma realidade cada vez menos distante: o desenvolvimento da inteligência artificial e sua aplicação, suscitando grandes discussões éticas. Em Chappie, estamos apenas em 2016. O que vem pela frente? “A realidade do mundo é que, nesse instante, há um bando de garotos nas garagens de suas casas criando a tecnologia que transformará o nosso mundo”, diz o produtor Simon Kinberg, que  coescreveu X-Men: O Confronto Final e produziu X-Men: Primeira Classe e Elysium, onde encontrou em Blomkamp o parceiro ideal.

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Chappie:

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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