Comédias brasileiras rindo à toa
(brpress) - Boa fase do gênero nacional mostra preferência do público por filmes como Cilada.com
(brpress) – Rir é uma tradição no cinema brasileiro desde as chanchadas (filmes de humor ingênuo em que situações do cotidiano se tornavam gags para paródias e sátiras). Agora, aos 16 anos da Retomada (como é chamada a fase pós-governo Collor, com a criação da Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que libera recursos para produção de filmes por leis de incentivo fiscal), o país vive tempos de glória ao consagrar a comédia ‘made in Brasil’ como campeã de bilheteria.
A receita, ao contrário do título do longa Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo!, que estreou em agosto deste ano, começou a dar certo com Carlota Joaquina: Princesa do Brasil (1995), uma sátira à Família Real portuguesa, aos costumes brasileiros e à colonização do país. Em 2009, Se Eu Fosse Você 2 (2009), A Mulher Invisível (2009), Divã (2009) e Os Normais – A Noite Mais Maluca de Todas (2009) mostraram que o caminho continuava aberto para risadas.
E mostraram mais: que a comédia tornara-se um gênero popular no Brasil, valendo-se de atores conhecidos na televisão, histórias simples e piadas ligeiras que dialogam com o grande público. E nessa corrente que navega As Aventuras de Agamenon – O Repórter, com a turma do Casseta & Planeta e Luana Piovani, que estreia em 06/01/2012. E só no primeiro semestre de 2012, estão previstas as comédias nacionais Reis e Ratos (17/02), Billi Pig (02/03) – ambas com o astro do gênero no Brasil, Selton Mello –, além de Giovanni Improtta (23/03).
Qualquer Gato Vira-Lata (2011) e Cilada.com (2011) também tiram proveito de caras televisivas conhecidas, adotando um formato esquemático calcado em clichês do gênero e o resultado, apesar de mediano, está dando certo. O primeiro faturou R$ 10,6 milhões e o segundo, R$ 22,6 milhões. Além disso, Cilada é a maior abertura do cinema nacional de 2011, com R$ 4,9 milhões.
Viajando
Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo! acompanha Ramon (Tarcísio Meira) e o filho Lalau (Gregório Duvivier), que viajam pelo Brasil apresentando um show de piadas. As oportunidades que aparecem na vida deles os separam e as coisas não vão sair como planejado. O filme é uma homenagem ao ofício do ator e, mesmo classificado como comédia, peca pela falta de humor.
Ainda no segundo semestre de 2011 estreou outra promessa de sucesso nacional: a comédia romântica Onde Está a Felicidade?, que mistura rompantes de autoconhecimento de Comer Rezar Amar (Eat Pray Love, 2010) com cenários espanhóis e trilha sonora a la Vicky Cristina Barcelona (2008). No Festival de Cinema de Paulínia (SP), o público aplaudiu e o filme ganhou o prêmio de melhor longa de ficção pelo Júri Popular. Mas nas bilheterias, o faturamento não foi tão triunfante.
O fato é que, independente da qualidade dos filmes brasileiros, o espectador dá seu voto de confiança e eleva novamente o gênero comédia como potencial representante do cinema nacional. Só faltam novos astros à altura de Mazzaropi, Ankito, Dercy Gonçalves e a dupla Grande Otelo e Oscarito.
Leia mais sobre Reis e Ratos aqui e assista ao trailer do filme:
(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)