Coração louco e cambaleante
(brpress) - Coração Louco, que estreia nesta sexta (05/03), é muito hype para pouco conteúdo, apesar da interpretação de Jeff Bridges. Por Juliana Resende.
(brpress) – Coração Louco (Crazy Heart, 2009, EUA), que estreia no Brasil nesta sexta (05/03), é muito hype para pouco conteúdo. Ok, a interpretação de Jeff Bridges do cantor country decadente Bad Blake pode até valer o ingresso, assim como Robert Duvall (também produtor do filme) cantando uma canção de T Bone Burnett. Mas não superestime o longa de Scott Cooper.
O mais incrível e impalatável deste “musical” é a relação do quase sexagenário Bad Blake e a jornalista musical Jean (Maggie Gyllenhaal), de 30 e poucos. Da entrevista para um segundo encontro – coisa normal na profissão –, ela pula na cama do velho lobo do country com uma blusinha tomara-que-caia para finalizar o questionário de perguntas óbvias com aquele olho de peixe morto que só Gyllenhaal sabe fazer. Em off, faça-me o favor! A lânguida mãe solteira munida de um gravador e uma máquina fotográfica implora por sexo e algumas migalhas de amor.
Ela bem que tenta encontrar algum glamour – senão um marido – no fim de carreira regada a uísque em tempo integral de Blake, mas só o que consegue é que ele cometa uma gafe imperdoável com seu filho de quatro anos. O irlandês Colin Farrell, que poderia salvar o filme com algum de seus divertidos tipos esquisitos, resvala no desinteressante cantor Tommy Sweet, a bola da vez no hit parade caipira dos EUA, de quem Blake tem atração e repulsa ao mesmo tempo.
Coração Louco é um filme de homens e para homens. É claro que uma horda de mulheres vai ao cinema atraída pelo coroa charmoso e talentoso que é Jeff Bridges. Mas, cinematograficamente, a sensação que fica é que ele deveria ter ganhado o Oscar de Melhor Ator – ao qual concorre por este filme – pel’O Grande Lebowski, do irmãos Coen. Mas a Academia adora correr atrás do passado. Então…
(Juliana Resende/brpress)