Cyrus: nem dramalhão nem cafona
(brpress) – Estrelada por Marisa Tomei e John C. Reilly, comédia, que estreia nesta sexta (05/11), traz “duelo” entre filho e pretendente pela mãe. Por Rui Martins.
(brpress) – Aplaudida de pé no Festival de Cinema de Locarno, em agosto último, a comédia Cyrus (EUA, 2010) chega aos cinemas brasileiros, nesta sexta (05/11). Escrito e dirigido por Jay e Mark Duplass, com Marisa Tomei, John C. Reilly e Jonah Hill no elenco, o filme segue, na dose certa, o gênero entretenimento sem compromissos: nem cafona e nem dramalhão, como só Hollywood sabe fazer.
Barrigudo
Cyrus mostra um ponto de vista sarcástico sobre um relacionamento maduro, focando a vida social de John, que vai mal. Para completar, sua ex-mulher vai se casar de novo. Porém, a sorte desse divorciado está prestes a mudar quando ele conhece alguém especial.
Sua aparência não o ajuda: nariz batata, pele adiposa, meio gordo, em síntese, justamente o contrário daquele cara gostosão, bonito, enxuto, no peso certo. Mas John tem uma qualidade: é um charmosão capaz de animar qualquer festa, mesmo sem muito uísque. Só que simpatia não se põe na mesa.
A verdade é que nosso herói, ou anti-herói, vive sempre à beira da depressão, solitário no apartamento, sem ninguém para conversar e se animar, muito menos para transar.
Xixi no arbusto
John vai quase empurrado em uma festa da ex com seu novo amor, e lá, mijando no jardim atrás de um arbusto, descobre sua nova musa (Marisa Tomei), com quem vai nos distrair e fazer a platéia rir até o fim do filme. Porque John descobre que, para consolidar sua conquista, tem como adversário o obeso Cyrus (Jonah Hill), filho de 21 anos da bela e fogosa quarentona.
De início, Jonah Hill deveria ser o garotão propaganda de tudo quanto engorda e eleva o peso, pois parece confirmar aquela regra de que todos os gordos são gente boa. Nem sempre, porque John descobre no provável futuro afilhado um mau caráter de primeira – mas um soft mau caráter, movido pelo ciúme da mãe, que a quer só para ele em casa, mimadão como filho único monoparental.
Sem precisar bola de cristal, o filme é destinado a fazer uma bela carreira nos cinemas brasileiros.
(Rui Martins/Especial para brpress)