Daniel Craig: ‘Não dou a mínima ao próximo Bond’
(Londres, brpress) - Ator parece estar com aquela sensação de dever cumprido ao entregar seu quarto Bond, Spectre, dizendo à Time Out preferir "cortar os pulsos" a viver 007 novamente. Será? Por Juliana Resende.
(Londres, brpress) – Daniel Craig parece estar com aquela sensação de dever cumprido ao entregar seu quarto Bond, 007 Contra Spectre, que estreia no Reino Unido na próxima segunda-feira (26/10), em meio a grande expectativa, e no Brasil em 05/11. O ator inglês de 47 anos falou à revista Time Out com uma sinceridade desconcertante sobre esse sentimento de “já deu”: ‘I don’t give a fuck who plays Bond next”.
Só que, para quem não está mesmo nem aí, Craig podia ser mais blasé em sua única recomendação ao próximo Bond: “Não faça merda!”. Ele próprio afirma que, caso concordasse em fazer outro Bond se não tivesse jogado a toalha dez anos após de dedicar (e muito) à franquia, certamente “seria somente por dinheiro”. Ora, um personagem como Bond não merece isso. E Craig sabe disso melhor que todos nós.
Na pressão
Assertivo, pé no chão e falando uns três ‘fuck’ a cada resposta à Time Out, numa entrevista concedida em julho deste ano, logo após as filmagens de Spectre, o ator menciona a cumplicidade e camaradagem dele com o diretor Sam Mendes (“implorei para que ele voltasse”), que também assina o bem-sucedido Skyfall (2012), o esforço físico e mental para se lançar na aventura que é viver 007, da pressão e do ritmo que esse tipo de projeto impõe à vida.
“Ainda é um loucura pensar que fiz isso, que fui escolhido…”, pondera, com aquele olhar profundamente azul e perdido. “Acabou. Agora só quero seguir em frente. Prefiro cortar meus pulsos a fazer Bond novamente”, bufa. “Se tenho algum projeto amarrado? Nada mesmo. Não falei com ninguém e ninguém me convidou para coisa nenhuma”, garante, continuando a olhar para o vazio, como bem observa o repórter.
Voltando atrás?
Realmente, até o fechamento desta edição não havia um novo filme listado no perfil do ator no Internet Movie Data Base (IMDB). No entanto, a BBC News deu outra visão mais fresca e menos esgotada da saga de Daniel Craig como Bond: “Sou muito impulsivo e falo as coisas da maneira como estou sentindo em determinado momento”, declarou o ator, deixando sua suposta “aposentadoria” pairando no ar. Talvez ele só queira mesmo “desaparecer” por um tempo, como pede a Q, em Spectre.
Para quem foi cruxificado ao ser anunciado como o novo Bond em 2005, pelo fascismo que impera entre fanáticos por qualquer que seja o tema – houve até um site que se dedicava a malhar sistematicamente Daniel Craig como o novo Bond (que “não podia ser loiro”, “não podia ser baixo”, “não podia ser assado nem cozido”..) – até que ele superou as expectativas em Cassino Royale (2006). Ainda é difícil pensar no próximo Bond que, como suplica Craig, “não faça merda”. Assim como é difícil pensar em quem vai oxigenar a franquia.
Improváveis opções
As especulações vão desde Bonds negros, como Idris Elba e David Oyelowo, passando por Bonds irlandeses (como Pierce Brosnan), como Michael Fassbender (um Bond cerebral) e Aidan Turner (esse seria um Bond mais poético), o Bond Super-Homem Henry Cavill, o Bond simplesmente ruivo e inglês (Damian Lewis está bem cotado mas seria muito velho para Bond 25, próximo filme da franquia), o Bond nerd (Jamie Bell) e até o Bond latino (Rodrigo Santoro, pode?). Você já deve estar rolando de rir (e a gente também!)…
A julgar pela resenhas que pululam na mídia britânica (jornalistas do Brasil só verão o filme dia 28/11), o 24o. título da franquia cumpre seu papel de encerrar com chave de ouro a carreira de Craig como 007 [http://www.007.com ]. Guardian, Telegraph, Daily Mirror, Finantial Times, The Independent – todos unânimes em que Spectre honra o bom e velho estilo de Ian Fleming, gênio criador de Bond – com uma palhinha pró-Snowden.
Outra unanimidade tem sido o sentimento coletivo de que a música-tema de Spectre, Writing’s on the Wall, interpretada por Sam Smith, é uma verdadeira changuana e nada tem a ver com a pegada exigida por Bond, James Bond – intensa, dramática, melancólica, misteriosa e ainda assim transbordando testosterona. “É uma canção de amor”, justificou Sam Smith. A produtora Barbara Broccoli acha que a música “casa com tom do filme”. É ver pra crer.
(Juliana Resende/brpress)
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Assista ao vídeo promocional sobre a música-tema de Spectre: