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David Lynch: universo enfumaçado revelado no documentário A Vida de Um Artista. Foto: DivulgaçãoDavid Lynch: universo enfumaçado revelado no documentário A Vida de Um Artista. Foto: Divulgação

Documentário revela mundo de David Lynch

(São Paulo, brpress) - Em A Vida de Um Artista, exibido na 40a. Mostra, cineasta conduz espectador pelo seu imaginário simbólico e sombrio. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – David Lynch não é talvez um dos artistas mais sombrios, enigmáticos e inventivos do cinema contemporâneo porque vem de uma família desajustada. Ao contrário. O pintor e cineasta vem de uma bem estabelecida classe média dos EUA. Seria essa normalidade, para não dizer mediocridade, a razão de sua rebeldia e gosto pelo estranho? Pode ser o que sugere o documentário David Lynch: A Vida de Um Artista (David Lynch: The Art Life, 2016).

No filme, exibido no começo de outubro pelo 60o. BFI London Film Festival e que a 40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo exibe antes do circuito comercial brasileiro, acompanhamos o diretor de 70 anos desde a sua infância, numa idílica e provinciana cidade americana, aos anos decisivos para sua formação artística, quando foi, ainda bem jovem, viver na Filadélfia. 

Mr. Lynch conduz o filme, já velho e de sua oficina-estúdio em Los Angeles, onde não pára de pintar e construir coisas, narrando suas memórias e fazendo análises quando não autocríticas.  É um prato cheio para quem gosta da obra de Lynch e quem gosta da série Twin Peaks e não conhece o homem por trás da trama. 

Enfumaçado

Fumando um cigarro atrás do outro, Lynch  permite que o espectador entre no seu mundo peculiar. O interessante é acessarmos as obras dele como artista plástico – sua grande vocação –, algo que não é muito divulgado e quase sempre ofuscado pela graciosidade da sua cinematografia. O homem que deu ao mundo pérolas como Veludo Azul (Blue Velvet, 1986) e Coração Selvagem (Wild at Heart, 1990), um dos melhores filmes de Nicolas Cage, não se importa em se abrir e contar seus medos, predileções e dilemas.

Ele fala bastante da relação com o pai, que não levava a sério essa vida de artistas e temia pela sanidade mental do filho ao perceber que ele tinha uma certa tendência ao macabro. a mãe, que era uma apoiadora, os irmãos e, principalmente, os amigos. A gang de Lynch também o influenciou um bocado. 

Não que, ao entrar na cabeça idiossincrática e meio beatnik de Lynch, consigamos ligar totalmente os pontos de sua obra fortemente autoral e inconfundível. Mas fica claro que o simbolismo é uma constante na vida e na arte desse americano tão típico e atípico ao mesmo tempo. Assim como o desconforto perante lugares e pessoas. Como seus personagens, Lynch é inquieto e está sempre em movimento. É um artista estradeiro, recolhendo cacos por onde passa para criar assemblages nas telas, sejam elas quadros ou salas de cinema. 

O documentário dirigido por Jon Nguyen em colaboração com Rick Barnes e Olivia Neergaard-Holm mostra que uma coisa é certa quando se trata de David Lynch: onde há fumaça, há fogo. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de David Lynch: A Vida de Um Artista: 

https://www.youtube.com/watch?v=BVgQ8yAdLbI

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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