É Tudo Verdade dá choque de realidade
(brpress) - Festival dedicado a documentários apresenta 80 títulos de 27 países no Rio, SP, Brasília e, pela primeira vez, em BH; entrada é gratuita.
(brpress) – Sem o trabalho do documentarista Adrian Cowell, morto no final do ano passado por insuficiência respiratória, aos 77 anos, o histórico de desmatamento enredado na Amazônia correria sério risco de cair no esquecimento. Ao lado dos sertanistas e irmãos Vilas-Bôas, o britânico que registrou por quase 50 anos o cotidiano de índios e sertanistas e as ameaças dos garimpeiros no Brasil tem seu trabalho apresentado no É Tudo Verdade, 17º Festival Internacional de Documentários, que começa nesta sexta-feira (23/03), em São Paulo, e no Rio no sábado (24/03), em diversas salas (veja programação abaixo).
Além da celebrada produção do documentarista, com os filmes O Destino do Coronel Fawcett, A Caminho da Extinção e Romeiros, o Festival, que também acontece em Brasília e Belo Horizonte, apresenta mais 80 títulos de 27 países – 25 deles em estreia mundial.
Tropicália
A abertura do festival em SP será no Espaço Itaú de Cinema Pompéia, na quinta (22/03), às 21h30, com sessão para convidados do filme Tropicália, de Marcelo Machado. Produção da Bossa Nova Films, o longa mergulha no movimento musical liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, no final dos anos 60, com imagens raras e, segundo o diretor, “uma visão menos colorida” do que a costumeira do movimento.
No Rio, a sessão de abertura acontece na sexta (23/03), 21h30, no Espaço Itaú de Cinema Botafogo, com sessão para convidados de Jorge Mautner – O Filho do Holocausto, documentário dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt. O filme narra a história de Jorge Mautner, filho de refugiados europeus que, graças ao domínio de apenas três acordes musicais, realizou obra musical reverenciada e importante para a MPB.
Outro destaque do festival é Com Amor, Carolyn. O documentário conta a história de Carolyn Cassady, amante de Jack Kerouac, autor da ‘bíblia’ Beatnik, On The Road.
Nas mostras competitivas, O Estado das Coisas e Programas Especiais, estão onze longas-metragens que estreiam no Brasil e nove curtas-metragens inéditos.
Homenageados
Os principais homenageados do Festival são o cineasta brasileiro Eduardo Coutinho e o argentino Andrés di Tella. Este último apresenta uma retrospectiva do seu trabalho cinematográfico, lança sua nova produção Golpes de Machado e participa de debates.
A evolução artística de Eduardo Coutinho, desde o período de sua formação como documentarista, ao lançar Cabra Marcado Para Morrer (1984, exibido em cópia restaurada), também será apresentada numa retrospectiva, Coutinho – O Caminho até Cabra, com debates.
Brasília e Belo Horizonte
Após Rio e São Paulo, o É Tudo Verdade segue para Brasília (10 a 15 de abril) e, pela primeira vez, chega a Belo Horizonte em maio (datas ainda serão anunciadas.)
A programação completa do Festival – com exceção das sessões de abertura, que não têm os horários – e os locais de exibição estão no site oficial do É Tudo Verdade.