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Naomi Harris e Ewan McGregor em cena de Nosso Fiel Traidor. Foto: DivulgaçãoNaomi Harris e Ewan McGregor em cena de Nosso Fiel Traidor. Foto: Divulgação

Ewan McGregor ‘adota’ mafioso russo em Nosso Fiel Traidor

(brpress) - Procurando um thriller de responsa, adulto, sem mirabolância? Adaptação do livro homônimo de John le Carré é o seu filme. Por Juliana Resende.

(brpress) – Procurando um thriller de responsa, adulto, sem mirabolância? Nosso Fiel Traidor (Our Kind of Traitor, França/Reino Unido, 2916) é o seu filme. Com roteiro adaptado por Hossein Amini (do irreparável Drive) do livro homônimo de John le Carré (publicado no Brasil pela Record), o longa discute os limites de algo completamente fora de moda nos dias atuais: solidariedade.

A benevolência, no caso, vem de um casal bem apessoado e burguês de Londres para com um mafioso russo e sua família. E acontece por acaso.  O professor Perry (Ewan McGregor) e a advogada Gail (Naomi Harris) saíram de férias para descansar em Antígua, no Caribe. Mas depois de uma partida de tênis com o criminoso fanfarrão Dima (Stellan Skarsgård), tudo muda de rumo num curso bem mais sombrio: pelo submundo do crime organizado – e nele incluem-se políticos, agentes da inteligência britânica e quem mais estiver à venda. 

Inicialmente assustado e desconfiado, o casal acaba embarcando numa trilha perigosa  que inclui espionagem, assassinatos e lavagem de dinheiro. Nada que não se possa esperar de John le Carré, que ficou famoso com suas obras ambientadas na Guerra Fria, seus misteriosos personagens e tramas interligados ao mundo atual, no qual as missões de espionagem envolvem grandes somas de dinheiro, importantes nomes da política, empresas e oligarquias dos negócios – e do crime.

Estranhamente, Perry e Gail decidem  fazer tudo que podem para conseguir salvar a família do mafioso – sem pensar (demais) nas consequências. Eles vêem no homem um pai afetuoso desesperado para deixar o mundo do crime e, em troca de informações valiosas para o serviço secreto britânico, conseguir asilo para ele, a mulher e os filhos no Reino Unido. Para isso, pede descaradamente a ajuda do frágil intelectual Perry – um cara que luta para ganhar tração em sua vida conjugal abalada pela mesmice e pela falta de emoção do dia a dia. 

Altruísmo

Gail, sua mulher, é forte, decidida. E, com certeza, ganha mais que Perry. Inicialmente, se opõe ao envolvimento – afinal, o que esse casal vai ganhar além de poder perder sua vida? Carré mostra então a importância da compaixão no fomento das relações e o quanto a ética – por mais sem sentido que possa parecer – lubrifica a auto-estima da humanidade. Essa é característica que faz de Nosso Fiel Traidor uma história tão especial.

A família de Dima humaniza o crime e deixa a ostentação em segundo plano: uma mãe obcecada por santos e orações, uma linda jovem de 16 anos, gêmeos pré-adolescentes e duas meninas recém-adotadas que tiveram os pais assassinados pela máfia russa. Perry e Gail personificam o papel dos cidadãos comuns, empenhados em sua determinação civil e despretenciosa de ajudar Dima a fazer a transição para uma nova vida.

A pegada altruísta de Perry e Gail lembra o casal de O Jardineiro Fiel, transformado também num filme brilhante, com direção de Fernando Meirelles. O ímpeto sem limites de Perry se assemelha com o da enxerida e inconformada Tessa Quayle (Rachel Weisz). Perry, na sua fragilidade física e tranquilidade intelectual, conhece algo que há muito se perdera dentro de seu cérebro: adrenalina. Ele agora tem uma arma e Dima explica como usá-la: “É fácil professor. Bum, bum, bum! E o sujeito está morto. Simples assim”. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista aos atores e diretora Susanna White falando sobre Nosso Fiel Traidor:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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