Festival agita Londres
(Londres, brpress) - 56a. edição do BFI London Film Festival começou com Frankenweenie, a nova animação de Tim Burton que vai fechar a 36a. Mostra de SP. Por Juliana Resende.
(Londres, brpress) – A 56a. edição do BFI London Film Festival, o Festival de Cinema de Londres, começou na última quarta (10/10) com Frankenweenie, a nova animação de Tim Burton que vai fechar a 36a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, numa sessão fechada para convidados. No tapete vermelho estava Burton em pessoa, saudado por fãs e encurralado por jornalistas.
Aliás, se, em comparação aos Red Carpets dos maiores festivais de cinema de mundo, como Cannes, Veneza e Berlim, Londres não arregimenta tantos astros e estrelas, o BFI é seletivo e costuma acertar em quem investe. Este ano, além de Burton, o tapete vermelho do festival recebe os Rolling Stones, Dustin Hoffman (como diretor), Helena Bonham Carter, Ben Affleck, Winona Ryder, Viggo Mortensen, Marion Cotillard, Salman Rushdie, Slavoj Zizek, o brasileiro Kleber Mendonça Filho, diretor do incensado O Som ao Redor (Neighbouring Sounds, em inglês), entre outros.
Estreantes e clássicos
Entre os filme imperdíveis, estão a estreia de Dustin Hoffman como diretor, Quartet, estrelando a diva do cinema britânico Dame Maggie Smith, e Antiviral, também estreia de Brandon Cronenberg, filho de David Cronenberg.
Vale a pena rever ainda clássicos restaurados na mostra Treasures (Tesouros), como The Manxman, de Alfred Hitchcock, que fecha, com música ao vivo, o BFI e o projeto The Genius of Hitchcock, celebrando o trabalho do icônico cineasta inglês, que começou em junho, passando pelas Olimpíadas Culturais que tomaram Londres durante os Jogos. Lawrence da Arábia, de David Lean, também ganha versão do diretor e exibição no novo projetor 4K, seguido por uma palestra de Grover Crisp, que vai falar sobre o trabalho de restauração. Ricardo III, de Sir Laurence Olivier, também foi restaurado.
O trunfo do London Film Festival é, além de apresentar um ótima seleção de filmes e celebridades, a programação paralela, com bate-papos – Viggo Mortensen e Marion Cotillard serão entrevistados e depois responderão perguntas da platéia –, exposições e atividades superconvidativas.
Documentários
Entre os filmes de destaque estão documentários, como Crossfire Hurricane, sobre os 50 anos dos Rolling Stones, o tributo a Marilyn Monroe. Love Marilyn, de Liz Garbus, The Pervert’s Guide To Ideology, de Sophie Fiennes, com o filósofo Slavoj Zizek, que também participa de debate.
Na Mostra Cult, o BFI apresenta preciosidades que geralmente só se vêem em festivais de cinema (antenados), como a animação A Liar’s Autobiography, crônica sobre a vida de Graham Chapman, do Monty Python, narrada pelos colegas do grupo de comediantes. Outra pérola é a biografia Good Vibrations, do deus do punk da Irlanda do Norte, Terri Hooley, eleito o Melhor Filme Irlandês do festival Galway Film Fleadh, realizado na Irlanda, no começo do ano.
Exposições
Uma exposição que promete fazer sucesso é Art of Frankenweenie, sobre o processo de produção da fascinante animação em preto e branco de Tim Burton, no espaço Festival Village, no centro cultural Southbank Centre, às margens do Tâmisa. O BFI também está realizando, em parceria com o Victoria & Albert Museum, a mostra Hollywood Costume, para celebrar o papel dos figurinos na sétima arte, com curadoria da figurinista Deborah Nadoolman Landis, indicada ao Oscar.
E, para finalizar, o destaque do programa Screen Talks deste ano é a palestra com o escritor Salman Rushdie, cujo livro Midnight’s Children foi adaptado para as telas e está na competição oficial.
(Juliana Resende/brpress)