Filmes sobre atentados assombram Berlim
(brpress) - Títulos como Transit e Utøya 22. Juli, em competição na Berlinale, remexem tragédias do passado para dialogar com o presente.
(brpress) – Pelo menos dois títulos em competição no Festival Internacional de Cinema de Berlim 2018 remexem em tragédias do passado (às vezes nem tão distante), como forma de dialogar com o presente. São Transit, de Christian Petzold (Alemanha / França), e Utøya 22. Juli (U – July 22, em inglês), de Erik Poppe (Noruega).
A produção norueguesa U – July 22 recria o pior dia da história moderna do país. Kaja (Andrea Berntzen) está se divertindo com sua irmã mais nova Emilie (Elli Rhiannon Müller Osbourne), doze minutos antes de a primeira bomba estourar no acampamento de verão na ilha Utøya.
Foi o segundo ataque do terrorista de extrema direita Anders Behring Breivik, resultando na morte de 77 pessoas. O primeiro aconteceu em Oslo, mas sabe-se pouco do pênico e medo que os 500 integrantes da Juventude Trabalhista passaram na ilha.
Tema atual
Transit, do diretor alemão Christian Petzold, faz uma adaptação do romance de Anna Seghers sobre o percurso de exílio de um escritor perseguido por nazistas. “Transit parece uma história de hoje, mesmo descrevendo um caso ocorrido na Segunda Guerra. É como se estivéssemos vendo um documentário”, diz o diretor do Festival de Berlim, Dieter Kosslick.
O festival, também conhecido como Berlinale, é tradicionalmente caro a temas sociais, como neonazismo, racismo, feminismo e a crise dos refugiados.