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A cidade de FordlândiaA cidade de Fordlândia

Fordlândia emociona no Pará

(Santarém/PA, brpress*) - Documentário foi exibido em Santarém – a alguns quilômetros distantes da cidade americana perdida no coração da Amazônia.

(Santarém/PA, brpress*) – “Emocionante”. Com essa expressão, a pedagoga Eline Maria Soares Figueira descreveu o sentimento de assistir ao documentário em vídeo Fordlândia, exibido em duas sessões, na última sexta-feira (08/10), em Santarém – a alguns quilômetros distantes da espécie de cidade americana abandonada no coração da Amazônia.

A Fordlândia nasceu em uma gleba de terra adquirida pelo empresário norte-americano Henry Ford, por meio de sua empresa Companhia Ford Industrial do Brasil, por concessão do Estado do Pará, em 30 de setembro de 1927. A área de 14.568 km2 fica próximo a cidade de Santarém, às margens do Rio Tapajós. Natural do lugar, Figueira e outros espectadores ficaram encantados com o filme  de Marinho Andrade e Daniel Augusto que, em 51 minutos, sintetiza o nascimento, auge e o fracasso da esquecida Fordlândia.

“Volto a um tempo que, apesar de distante, emociona. Saí de Fordlândia com seis anos para estudar, mas sempre voltava de férias. Meus pais moravam lá, nós tínhamos cinema, supermercado. Agora, sempre que retorno, sinto a tristeza de ver como deixaram minha cidade”, afirma Eline, com pesar. Acadêmicos, professores e jornalistas também assistiram ao documentário.

Também emocionado, o publicitário Marinho Andrade falou sobre a satisfação de voltar para a região e exibir o resultado do trabalho de pesquisa iniciado em 1991. “Tenho a satisfação de mostrar o filme para quem é da terra. Parece que estou dando um presente para eles e também a mim”, ressaltou.

Corrida da borracha

Com a fundação de Fordlândia, Henry Ford tinha a intenção de construir um pólo de abastecimento de látex, a matéria-prima dos pneus de sua fábrica de automóveis, no Brasil. Por meio de depoimentos do historiador Cristóvam Sena, do jornalista Lúcio Flávio Pinto, e memórias de seus poucos sobreviventes, o filme mostra a história do projeto que, como tantos outros, fracassou e terminou 18 anos depois, com um prejuízo de US$ 25 milhões.

Fordlândia, o filme, se passa no que restou da cidade. Poucos moradores, casas em estilo americano tomadas pelo mato, modelos da Ford sucateados e deteriorando no meio da floresta e a tristeza do abandono de um lugar que chegou a ser considerado a cidade mais desenvolvida do Brasil.

Americanos

O tem seu ponto alto quando registra a emoção e perplexidade dos irmãos americanos Ed e Charles Townsend, que nasceram em Fordlândia, e retornaram para rever o lugar. Ed levou a família para conhecer a cidade em 2006. Ele visitou as casas, a fábrica, o hospital, a escola, e relembrou o tempo em que, quando criança, viveu o sonho de Fordlândia.

Charles, um ano antes, visitou Fordlândia e pôde rever dona América, simpática moradora do local, que o criou quando criança.

Declínio

Um milhão de mudas de seringueiras. O sonho devastador de Henry Ford o fez plantar a árvore que produz o látex ao longo da floresta, na tentativa de potencializar a produção da matéria-prima. Marinho Andrade afirma que o americano não obteve informações de geólogos e nem mesmo tinha a consciência de respeitar o meio ambiente e/ou os povos da floresta.

O plantio das seringueiras feito de forma incorreta resultou no “mal das folhas” e a produção, em dois anos, não foi suficiente para suprir a demanda de um dia de trabalho da matriz nos Estados Unidos.

“A prepotência americana levou ao fracasso do projeto. Eles não ouviram os seringueiros. Apenas atearam fogo em 10% do gigantesco terreno concedido pelo governo paraense, importaram a estrutura de uma cidade em dois navios e tentaram impor uma cultura totalmente estranha aos habitantes locais”, explica Marinho Andrade.

Cidade perdida

Marinho Andrade afirmou que o dia mais importante desde o abandono da região foi no último domingo (10/10), quando uma equipe o acompanhou até Fordlândia, onde exibiu o documentário aos moradores do local. “Além de mim, foram alguns técnicos, profissionais da imprensa de Santarém, um jornalista do New York Times e outro de O Estado de S. Paulo”, conta.

O documentário já foi exibido em São Paulo e no Rio de Janeiro. A ideia do autor é comercializar o material para divulgar a história que é pouco conhecida e escassa em livros. O lançamento do filme fora do território nacional deve acontecer apenas em 2011. Outra proposta de divulgação da história é produzir, a partir do documentário, um seriado televisivo.

(*) Com Adriana Pessoa, da Secom-PA.

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