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Paulina Garcia como GlóriaPaulina Garcia como Glória

Glória: chileno favorito

(Berlim, brpress) - Com personagem-título aplaudida e divertida, filme de Sebastián Lelio conquista favoritismo na Berlinale. Por Rui Martins.

(Berlim, brpress) – Se aplausos na projeção reservada para a crítica anunciam prêmios, o filme chileno Glória, de Sebastián Lelio, se tornou o favorito, entre os nove filmes já exibidos em Berlim. E a atriz Paulina Garcia pode começar a esperar um prêmio de melhor interpretação.  Em termos de bilheteria, não se precisa ter bola de cristal para prever o sucesso de Glória, no Brasil, e em todo mundo.

    Glória é uma mulher ativa, cheia de vida, dinâmica, que, aos 58 anos, depois de divorciada há treze anos, busca carinho e amor em soirées dançantes. E é assim que encontra Rodolfo, de 65 anos, recém-divorciado, com quem imagina poder ter um relacionamento durável. Mas a idade de Glória e Rodolfo não significa filme de amor entre idosos, como foi Amor em Cannes, o grande sucesso de Michael Haneke. Bem ao contrário, não se trata de um filme lúgubre –o clima é de comédia , capaz de conquistar mesmo jovens audiências.

Muita vida

    O realizador Sebastián Lelio define o argumento do filme: “Hoje, quando homens e mulheres chegam aos 60 anos não seguem as mesmas referências do passado. Não querem ficar em casa, para eles trata-se de uma nova fase da vida, na qual querem também se divertir e dançar e viver. Existem no mundo muitas Glórias, divertidas e alegres, capazes de superar os dissabores que surjam”.

    Os próprios corpos das cinquentonas e sexagenários parecem ter se rejunescido, tanto que o cineasta chileno não se priva de mostrar Glória e Rodolfo nus na cama, nos gestos do amor, sem cair no ridículo. Glória não é bonita mas acaba por conquistar a todos pelo prazer de viver que irradia, como as cenas em que canta no carro, acompanhando as músicas que ouve no caminho para o trabalho.

Chile

    Sebastián Lelio quis mostrar uma personagem feminina forte, tendo como pano de fundo um Chile em rápida modernização, curado dos males de sua história recente, num processo de reconstrução. Como diz o próprio Lelio, o Chile é hoje um país em efervescência social, onde são frequentes as manisfestações dos jovens nas ruas. E esse Chile, cujo povo não é indirente à política, aparece também no filme sem interferir na história, mas ter um passado profissional no Exército ou na Marinha é uma má referência para Rodolfo.

    Lelio diz ter tirado sua inspiração de acontecimento gerados pela própria vida de Santiago e de casos contados entre amigos. E não esconde sua admiração pela Bossa Nova brasileira, inserindo-a no filme, como poesia do cotidiano.

(Rui Martins/Especial para brpress)

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