Halloween 2 por Rob Zombie
(brpress) – Atrasado no Brasil, continuação da saga do psicopata Mike Myers, sob cuidados do diretor rock n’roll, deve agradar somente fãs. Por Eliane Maciel.
brpress) – H2: Halloween 2 (EUA, 2009), de Rob Zombie, estreou ano passado nos Estados Unidos, semanas antes da chegada do Dia das Bruxas – 31 de outubro, exatamente como marco da festa pagã que atrai praticamente quase toda a população americana. O porquê de H2 estar ser lançado somente agora no Brasil (desde 26/03, em circuito nacional) é uma grande incógnita.
De qualquer forma, mesmo fora de época, H2 chega às telas nacionais causando o mesmo frisson clichê de sempre: produção ruim, direção meia-boca, elenco péssimo e popularidade zero. Considerando que todas as opiniões devem ser respeitadas, é importante pensar, primeiramente, em qual é o propósito número um de um longa como H2 e de um diretor como Rob Zombie.
Trash só na estética
A continuação da saga do psicopata Michael Myers, um dos grandes ícones do cinema de horror, pode ser julgada pela crítica como um monte de lixo misturado e jogado no projetor para subestimar inteligências presentes na sala de cinema. Mas não é bem assim.
O filme é trash. Mas é terror. E a mistura de ambos é um marco na história do cinema e faz o resultado ser exatamente o que os fãs mais devotados esperam: sustos, tensão, muito sangue, mutilações, gritos de ensurdecer. Pronto. Propósito cumprido.
Exageros
H2 começa com uma projeção no futuro, quando Laurie (Scout Taylor-Compton), irmã de Michael Myers, tenta juntar os cacos de sua vida em meio ao trauma que passou no primeiro filme.
Enquanto isso, o psicopata, vivido desta vez por Tyler Mane, começa a voltar de seu isolamento na floresta para caçar o Dr. Loomis (Malcolm McDowell), psiquiatra que tratara de Mike por anos em uma clínica de reabilitação e que começa a sentir o gosto do poder e da popularidade ao lançar um best seller sobre o garoto perturbado.
É fato afirmar que Zombie dá uma certa exagerada na quantidade de massacres, assassinatos, sustos e efeitos sonoros. Mas, no final do longa, isso pode ser divertido. Afinal, não é todo dia que temos a possibilidade de brincar – de modo seguro e imaginário, claro – com essas sensações de desconforto.
As aparições fantasmagóricas da mãe do maníaco, interpretada pela esposa do cineasta, a belíssima Sheri Moon Zombie, são ótimas – até o momento em que passam a ser over . Mas Rob Zombie desta vez mostra que está realmente engajado nas produções de terror.
A boa notícia é que ele melhora com o tempo. Só ainda não superou seu trabalho em Rejeitados pelo Diabo (Devil’s Rejects, EUA, 2005), filme incrível, que também conta com a participação de Sheri Moon. Mas quem curte os trabalhos do ex-White Zombie, crê que este dia de superação vai chegar.
Parafraseando Otis Driftwood, de Rejeitados…, podemos imaginar Zombie dizendo: “I am the devil, and I am here to do the devil’s work (Eu sou o diabo, e estou aqui para fazer o trabalho do diabo)”. E é exatamente o que ele tem feito. E muitíssimo bem.
(Eliane Maciel/Especial para brpress)