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Kate Winslet como Joanna HoffmanKate Winslet como Joanna Hoffman

Kate Winslet: muito mais que coadjuvante

Kate Winslet, vencedora do Globo de Ouro e do BAFTA, e indicada ao Oscar 2016, roubou a cena no London Film Festival.

(Londres, brpress) – Mais empenhada em apoiar Leonardo DiCaprio neste Oscar 2016 do que preocupada com sua própria indicação ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (que perdeu para Alicia Vikander por A Garota Dinamarquesa), Kate Winslet não perde o rebolado. Este ano, ela já ganhou o Globo de Ouro e o BAFTA de Melhor Atriz Coadjuvante por Steve Jobs e sabe que está na lista A de Hollywood. “Se eu tivesse de escolher uma atriz com quem gostaria de trabalhar seria ela”, suspirou Quentin Tarantino, quando lançava Os Oito Odiados em São Paulo. Uma pena que encontramos Kate Winslet um pouco antes dessa declaração de amor do diretor: em outubro último, no 59o. BFI London Film Festival.

Certamente seria engraçado saber o que ela achou. Principalmente, se a resposta provocasse uma chuva de interjeições, digamos, não tão típicas do linguajar de uma rosa inglesa, incluindo a fatídica ’F-word’, um ‘bloody’ ali, um ’sorry’ acolá, expressões pra lá de coloquiais que (ou)vimos Kate Elizabeth Winslet proferir com uma graça surpreendentemente desprendida e muita segurança no encontro com jornalistas no encerramento do Festival de Cinema de Londres. “Gente, me desculpe! Eu tô à vontade, eu tô em casa!”, exclamou a atriz nascida em Reading, cidadezinha encostando na Grande Londres, famosa pelo festival de rock, há 40 anos.

Babá de Jobs

Divertida, de cara quase lavada, rabo de cavalo, casual blazer preto com camiseta por baixo, Kate roubou a cena da entrevista coletiva antes da première europeia de Steve Jobs rolar tapete vermelho abaixo em Leicester Square, no centro de Londres, onde ela voltou a soltar o verbo. Ao vivo, a atriz passa longe da compenetrada Joanna Hoffman, executiva de marketing da Apple e babá de Jobs, vivido por Michael Fassbender no filme de Danny Boyle e roteiro de Aaron Sorkin, também premiado com o Globo de Ouro de Melhor Roteiro e concorrendo ao BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado do livro de Steve Jobs – A Biografia, de Walter Isaacson, coautor do script – extremamente verborrágico.

Humor desbocado

Mas isso não é um problema para Kate. Ela fala pelos cotovelos e mostra seu lado moleca – que encarnou com muita sofisticação na capa da revista Vogue L’Uomo de novembro passado (a revista italiana traz capa e ensaio com a atriz vestida com roupas masculinas; tudo em preto e branco, fotos de Peter Lindberg). Com uma sinceridade tenaz e um senso de humor britanicamente desbocado, Kate Winslet fez todo mundo  (inclusive Fassbender) rir como se não houvesse cerimônia, principalmente para a sessão de gala de Steve Jobs algumas horas mais tarde, quando ela conversou com a brpress.

Acompanhe os melhores trechos da entrevista:

O que você pensou quando leu o roteiro de Steve Jobs pela primeira vez?

Kate Winslet – Bem… Página 1, página 2… Hum, as pessoas falam bastante… Página 3, 4, 5 – oh Deus, elas ainda estão falando! Página 55 – é, continuam falando, e muito!Página 240, ok… How the f*ck! (“Como pode?”, em tradução livre) [Risos] Essa foi minha reação inicial antes de chegar ao final e perceber quão sólido cada personagem estava e o quanto Aaron  (Sorkin) capturou incrivelmente a maneira como as pessoas pensam pelas palavras. Nunca havia visto um texto desses e saquei que ia ser um grande desafio, ainda mais contracenando com Michael Fassbender.

E como foi contracenar com Fassbender? A química entre vocês dois é intensa!

KW – De cara, decidi me tornar fundamental para ele, me aliar a ele, me tornar sua amiga, ficar de mãos dadas com ele… [risos]. Mas logo percebi que ele não precisava de nada disso! [mais risos]. Mas a gente se deu bem mesmo assim. [Fassbender fica corado e abre um generoso sorriso]

E como vocês fizeram, afinal, para decorar diálogos tão complexos e longos?

KW – O fato é que muito vem  sendo dito sobre a extensão do roteiro (o livro de Walter Isaacson tem 624 páginas condensadas em 122 minutos). Mas somos atores e como atores temos a obrigação de decorar nossas falas. Isso acaba sendo orgânico – embora a gente tenha ensaiado duas semanas antes de começar a filmar. A pressão vem realmente em não esquecer sua fala, senão você literalmente f*** com todo mundo! Um palavra errada ou não dita e tudo vira um verdadeiro cocô de cachorro! [a coletiva vem abaixo de tanto rir] A pressão não é apenas entre atores, mas percorre todo o set. Tem o cara da steady cam (câmera parada), que fica lá quase 20 minutos segurando aquela coisa, sem falar nos operadores de som. Há tanta concentração conjunta acontecendo que simplesmente não dá pra esquecer o texto e… É, acho que falei tudo.

Nesse sentido, o senso de colaboração entre vocês parece ter sido fundamental…

KW  – Totalmente. Acho que colaboração é a palavra-chave nesse filme. Danny não só insistiu que a gente fizesse ensaios antes de filmar como sentou com a gente numa sala, onde interagimos e opinamos muito sobre tudo. Cada um dizia como achava que a cena ficaria melhor e Danny levava em consideração. A gente era como uma grande companhia de teatro onde não há hierarquia e todos são responsáveis pelo resultado final. Esse é o filme mais colaborativo que já fiz. 

Você parece mais nova no filme. Algum truque?

KW – Devo dizer que isso é a coisa mais lisonjeira que já ouvi em toda a minha carreira! [risos]. Pergunte a Danny que truque ele usou. Filtros, câmeras digitais…

Steve Jobs influenciou sua vida pessoal?

KW – [Ela pensa, em silêncio, revirando os olhos antes de responder] …Não. [risos] Desculpem, não posso dizer que ele me inspirou pessoalmente, mas se eu acho que ele foi uma pessoa extraordinária? A resposta é sim. Acho que isso se dá especialmente pela informação privilegiada que tive sobre o tipo de relacionamento que Jobs tinha com Joanna, a amizade entre os dois. Honestamente, fiquei pensando que se o tivesse conhecido pessoalmente teria gostado dele. Mas acho que isso é porque Joanna realmente gostava muito dele.

Leia mais sobre Steve Jobs – e assista a vídeos com Kate Winslet falando sobre o filme – aqui.

REPRODUÇÃO TOTAL E/OU PARCIAL DESTE CONTEÚDO SOMENTE AUTORIZADO PELA BR PRESS.

Juliana Resende, brpress.
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