Mães lésbicas, pai sedutor
(Londres, brpress) - Receita da comédia é atraente, mas Minhas Mães e Meu Pai, que estreia sexta (12/11), cai na previsibilidade dos clichês. Por Juliana Resende.
As progenitoras são Julianne Moore (Jules) e Annette Bening (Nic) e as “crianças” (na verdade adolescentes) – uma das quais interpretada por Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas – estão perguntando pelo pai.Eis que ele aparece: Mark Rufallo, na pele de um charmoso doador de esperma e motoqueiro easyrider e chef natureba, com uma queda pela personagem de Moore. Sua parceira estremece e fareja problemas.
Daí para frente, já dá para imaginar o desenrolar do longa, que, apesar do triângulo interessante e improvável, opta por um roteiro mais previsível que o Volvo do casal lésbico (a marca é um clichê de consumo na comunidade homossexual americana e européia).
Sedutor
Na pele do sensível e desprendido Paul, Rufallo está muito sedutor. E para tornar tudo ainda mais mainstream, as cenas de sexo são somente entre ele e Jules – nada de vibradores (o negócio aqui é cliché, não é?) entre os lençóis das dedicadas mães. O máximo que rola é uma simulação patética de sexo oral entre as duas, por baixo dos mesmos lençóis, ao som de filme pornô gay (entre homens, é importante frisar).
O filme – que tem título de uma música do The Who – é estreia de Lisa Cholodenko (ela mesma lésbica, casada e com filhos gerados por inseminação artificial) em longas-metragens. Ela foi premiada pelos curtas High Art e Laurel Canyon na mostra Director’s Fortnight, em Cannes.
Minhas Mães e Meu Pai é apenas o primeiro de uma linhagem cinematográfica do tipo “Querida, Inseminamos a comédia”. Este ano, tivemos também o insosso Coincidências do Amor (The Switch), estrelado por Jennifer Aniston. Aguarde outros.
(Juliana Resende/brpress)