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Michael Moore vai além da perseguição a Bush em seu novo documentário. mecanoblog.files.wordpress.comMichael Moore vai além da perseguição a Bush em seu novo documentário. mecanoblog.files.wordpress.com

Michael Moore mira capitalismo

(São Paulo, brpress) – Em novo filme, que estreia neste sábado (03/04), no É Tudo Verdade, diretor polemiza relação dúbia entre o público e o privado. Luis Vieira assistiu.

(São Paulo, brpress) – Apesar de George W. Bush ter se aposentado, mesmo deixando um rastro de destruição, Michael Moore está longe de pendurar as chuteiras. Com seu novo filme, Capitalismo: Uma História de Amor, que estreia neste domingo (11/04), no É Tudo Verdade (dia 13/04, no Rio), o documentarista prova que sua produção não se resumia em uma perseguição pessoal contra o ex-presidente dos EUA.

    De certa forma, ao descentralizar seu alvo, o documentarista conseguiu criar uma crítica mais universal e mais mordaz sobre as injustiças sociais. A história de amor, à qual se refere Moore, se dá entre a iniciativa privada, no caso os grandes conglomerados e os tubarões de Wall Street, e o governo americano, baseado em exemplos de promíscuas trocas de favores.

    No ventilador

    E não apenas os republicanos sofrem nas mãos de Moore, pois o diretor não poupa o público ao revelar uma verdadeira sucursal de Wall Street na Secretaria do Tesouro na administração Clinton. Isso sem falar na misteriosa adesão relâmpago dos senadores do partido, durante a polêmica aprovação do pacote de ajuda às empresas quebradas durante a crise econômica de 2008, contrariando a vontade popular.

    Povo

    Mas é impossível para os republicanos escaparem, já que a administração Reagan sofre uma verdadeira dissecação no filme, ao caracterizar o poder público como um artifício da vontade do capital. Para quem sobra? O mais importante aspecto do filme é mostrar que todo o ônus dessas artimanhas sobra para as massas, o povo, o americano médio.

    Desde os que hipotecaram suas casas convencidos por uma jogada bancária, transformados em novos sem-tetos, até famílias cujos parentes mortos aumentaram algumas cifras na receita das companhias em que trabalhavam. A coisa extrapola o absurdo quando alguns relatórios indicam que determinado empregado vale mais morto do que vivo.

    A equação geral é: administração pública somada ao interesse privado e
potencializada com forte propaganda institucional é igual a miséria da classe trabalhadora. E o pior: uma classe tão engasgada com uma ideia irreal do sonho americano e impossibilitada de sentir as mãos lépidas em seus bolsos.

    Ironia comovente

    Tecnicamente, o formato de Capitalismo segue semelhante aos dos filmes anteriores de Moore. Há muita coisa gravada in loco e dialogando o tempo todo com cenas arquivadas, que receberam uma narração atual. A ironia reina o tempo todo, ainda que haja espaço para cenas dramáticas de teor bem mais sério. Algumas verdadeiramente comoventes.

    No mais, é um filme digno de ser visto, concorde o espectador com Moore ou não. É um discurso muito bem construído e argumentado, cuja alguma crítica só poderá ser contundente com igual nível.  Portanto, simpatizar ou não com Moore é irrelevante e não se torna motivo para diminuir o valor do filme.

    Ou como disse Voltaire: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo”. 

Informações sobre sessões do festival É Tudo Verdade no site http://www.itsalltrue.com.br .

(Luis Vieira/Especial para brpress)

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