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Miss Julie (Jessica Chaistain) e John (Colin Farrell): tensão sexual e desafios de todos os limites. Foto: DivulgaçãoMiss Julie (Jessica Chaistain) e John (Colin Farrell): tensão sexual e desafios de todos os limites. Foto: Divulgação

Miss Julie: ruptura numa noite de verão

(brpress) - Adaptação da obra-prima (e forte) de Strindberg com direção de Liv Ullmann traz um Colin Farrell soberbo, enredado num turbilhão socioemocional. Por Juliana Resende.

(brpress) – Esqueça Karl Max e a luta de classes e vá correndo para o cinema. Mas cuidado se tiver nervos fracos. Não, não falo de violência, efeitos especiais, pandacaria, assassinatos em série. Mas de uma situação limite, tensão sexual máxima, desafio de hieraquias elevado à enésima potência, guerra entre aristocracia e plebe, entre homem e mulher, serviçal e patrão, entre sociedade e comportamento, desejo e dogma. Tudo isso está em Miss Julie (2014, Noruega/Reino Unido).

    O filme que estreia nesta quinta-feira (21/05), no Brasil, é uma adaptação da obra-prima (e forte) do sueco August Strindberg. E que adaptação! A direção é de Liv Ullmann, eterna musa de Ingmar Bergman, diretora e atriz que já presidiu o Júri do Festival de Berlim em 1984 e do Festival de Cannes em 2001. E a história é uma bomba-relógio magistralmente encenada por um elenco de bambas – em especial o ator irlandês Colin Farrell, cuja versatilidade. energia e talento seguem impressionando. Neste Miss Julie ele dá um show (além de soltar sem inibição o sotaque irlandês).

Inversão de papéis

    O cenário: uma mansão no meio da rural (e linda) Irlanda. A época: 1890. A circunstância: noite de Solstício, onde, reza a lenda celta, tudo pode acontecer e toda a espécie de catarse emocional e social é permitida (ou pelo menos tolerada), devido aos feitiços dos deuses pagãos sobre os pobres e pecadores mortais. A situação: a aristocrata Julie está com a macaca, o mordomo John pronto para explodir e a empregada Kathleen já sacou que aquilo não vai acabar bem.

    Vivida por Jessica Chaistain, a arrogante Julie só parece que está no controle da situação. Mas no fundo (e no raso) é insegura e quer testar os limites da obediência de sua criadagem enquanto seu pai, um barão  anglo-irlandês, está viajando. Ela força John (Colin Farrel) a seduzi-la. E ele, depois de muito relutar e parecer amedrontado, se declara e assume a chefia com incrível desenvoltura e canalhice.
   
    Kathleen (Samantha Morton) é noiva de John e convive submissa com as seduções entre os dois, até mostrar toda sua inabalável autoridade cristã quando o dia amanhece e não há mais volta, o quebrado não cola e os limites não têm qualquer chance de serem reestabelecidos. Uma trama que começa num simples capricho e descamba num abismo físico e emocional de proporções homéricas. Um climão!

    Sobreviva, se for capaz.

Assista ao trailer de Miss Julie:

(Juliana Resende/brpress)
   

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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