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O menino Mohammed Assaf: O Ídolo de Gaza. Foto: StillO menino Mohammed Assaf: O Ídolo de Gaza. Foto: Still

O Ídolo mostra Intifada pop em Gaza

Filme palestino mostra magistralmente os perrengues da ocupação israelense na regão, tendo como pano de fundo o concurso Arab Idol. Por Juliana Resende

(São Paulo, brpress) – Gaza é pop. Assim como a cultura árabe – especialmente a música popular. Com ritmos ultradançantes e letras variando entre temas políticos, religiosos e românticos, o som do Oriente Médio é tão forte que o filme palestino O Ídolo, destaque da 40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ostenta a grandiosidade do concurso Arab Idol, um X-Factor do mundo árabe. O evento é pano de fundo para a história de um cantor que faz das tripas coração para participar da competição. 

O Ídolo é uma delícia. Um Paradise Now (2005, sobre dois jovens que decidem virar homens-bomba, que venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro) musical. Ambos os filmes são do mesmo diretor, o palestino de Nazaré Hany Abu-Assad.

Nesse novo longa, acompanhamos a trajetória do menino Mohammed Assaf. Ele tem uma banda com a irmã, acometida por uma doença renal e dona de uma sagacidade ímpar. 

De casamentos ao Arab Idol

Mohammed canta em casamentos, trabalha numa espécie de McDonald’s falsificado e chega a gravar um CD. Quer ganhar dinheiro com música para dar à irmã melhores condições de tratamento, mas acaba como taxista, apesar de seu talento.

Já adulto, Mohammed tenta viver de música e, entre idas e vindas, decide dar a cartada final e definitiva: participar do concurso Arab Idol, no Cairo, aliando o útil ao agradável. Ou seja: fazer o que gosta, deixando finalmente a “prisão” que é Gaza. 

Cerco de Israel

O Ídolo mostra magistralmente essa Cuba do Oriente Médio – de onde só se sai a nado ou com uma autorização do governo difícil de conseguir. De um lado, a burocracia e falta de recursos; de outro, o cerco de Israel.

Mas O Ídolo aborda todas essas questões dramáticas e a opressão desse povo confinado a um lugar sem futuro com humor, graça e música, muita música, elevando o espírito e a moral dos cidadãos de Gaza. 

Enquanto Mohammed se lança numa espécie de Intifada artística pessoal, torcemos por ele a cada segundo e a cada loucura que faz para atingir seu objetivo. O elenco é sensacional e, como parece ser a tônica dos filmes do Oriente Médio exibidos nesta Mostra, são os jovens, embalados por referências do mundo globalizado,que movem montanhas, ultrapassando fronteiras ideológicas, étnicas e econômicas através da arte.

No caso de O Ídolo, vale a máxima “se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha”. 

O ídolo chega aos cinemas brasileiros em 08 de dezembro.

(Juliana Resende/brpress) 

Assista ao trailer (com legendas em inglês) de O Ídolo: 

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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