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Jude Law em cena de The Young Pope: um cigarro atrás do outro. Foto: DivulgaçãoJude Law em cena de The Young Pope: um cigarro atrás do outro. Foto: Divulgação

Papa de Jude Law é pop e não crê em Deus

(São Paulo, brpress) - Paolo Sorrentino nos brinda com seu primeiro trabalho para a TV, The Young Pope, que a 40a. Mostra, exibe em formato de longa (os dois primeiros capítulos). Imperdível. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Que o diretor italiano Paolo Sorrentino é um dos maiores gênios do cinema contemporâneo europeu é um fato que deixa pouca dúvida depois de A Grande Beleza (2013), vencedor do Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro e do Globo de Ouro na mesma categoria, e Juventude (2015), que a reportagem da brpress viu no 59o. BFI London Film Festival, onde conversou com o elenco principal: Rachel Weisz, Michael Caine e Harvey Keitel. Agora, Sorrentino nos brinda com seu primeiro trabalho para a TV, The Young Pope, que a 40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, exibe em formato de longa (os dois primeiros capítulos), concomitantemente com a estreia no Reino Unido (em 27/10). No Brasil, a série só chega em fevereiro de 2017, pela HBO. 

Será uma espera tortuosa – assim como a fabulosa interpretação de Jude Law, na pele do Papa. Os carolas da Itália já devem estar horrorizados com o Pio XIII politicamente incorreto do ator inglês, fumando um cigarro atrás do outro, tomando Cherry Coke Diet de café da manhã e colocando o (baixo) clero do Vaticano em seu devido lugar (ardendo no inferno mundano). Tudo é um deleite na produção – atuações, cenários, figurinos, tomadas de câmera, fotografia. Um luxo. Tudo o que Sorrentino já provou fazer divinamente – e sem trocadilho. 

Lenny, o Papa pop 

Encomendada pelo canal Sky Itália, a série está sendo exibida na Inglaterra pelo Sky Atlantic. Na França, entra pelo Canal Plus. São dez episódios escritos e dirigidos por Sorrentino, Tony Grisoni, Umberto Contarello e Stefano Rullia. A história acompanha a trajetória de Lenny Belardo (Jude Law), o primeiro Papa ítalo-americano, e também o mais jovem da história. Em sua representação “fictícia” ele é o cão chupando manga. Não apenas Roma caiu de joelhos diante desse endiabrado Papa, mas também Veneza, cujo festival de cinema teve o privilégio de ver antes de todo o mundo os dois primeiros episódios que agora são exibidos na Mostra de SP. 

A crítica internacional também tombou diante da fabulosa forma de Jude Law, que  andava meio sumido do cinema mas que volta à ribalta em grande estilo, estrelando a montagem de Obsession, do premiadíssimo diretor holandês Ivo van Hove, no Barbican Theatre, em Londres, em abril de 2017.  O Papa de Law é franco, cínico, inseguro, vingativo, manipulador e órfão. Os pais hippies o abandonaram e ele foi criado pela freira que se torna sua mais alta conselheira no Vaticano, Irmã Mary (Diane Keaton, também irrepreensível no papel). A questão de Lenny é simples: ele não acredita em Deus. 

Cruel e existencialista, The Young Pope desmascara os bastidores da Igreja e seus servidores boas-vidas. Lenny fica enojado com as intrigas e os personagens nada edificantes que encontra no Papado. Seu calcanhar de Aquiles é também seu mentor, o Cardeal Michael Spencer (James Cromwell), que desejava ter sido eleito Papa e se torna ainda mais assustador que o próprio pupilo, amargurado por ele tê-lo traído. Como diz o Papa pop de Law: “Sou como um rock star e Banksy: não tenho rosto, nem imagem. Antes de enxergarem a mim, procurem por Deus. Cabe a vocês provarem que ele não existe”.

(Juliana Resende/brpress) 

Assista ao trailer de The Young Pope: 

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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