‘Pilota’ que não decola
(brpress) – Hilary Swank não impressiona ao assumir o papel de pioneira entre mulheres na aviação Amelia Earhart, no filme Amelia. Por Eliane Maciel.
(BRPress) – Amelia Earhart foi uma mulher muito a frente de seu tempo – desde a escolha de sua profissão ao comportamento temperamental que possuia. Amelia era aviadora e ativista dos direitos da mulher, que desapareceu em 1937, aos 40 anos, quando partiu de Miami, EUA, em mais uma tentativa de se superar no recorde de dar a volta ao mundo. Pena que a performance de Hilary Swank, que interpreta a heroína, não seja à altura.
Mas não por sua única culpa. Todo o contexto colaborou para que Amelia (EUA/Canadá, 2009), atualmente em cartaz no Brasil, não conseguisse chegar ao seu ápice.
Roteiro fraco e enfoque demasiado na vida particular e triangularmente amorosa da protagonista (que era casada com o editor George Putmam, interpretado de forma bastante pálida por Richard Gere, mas que vivia um affair com um outro aviador, tido como o real e grande amor de sua vida, Gene Vidal, vivido por Ewan McGregor) se perdem numa mistura sem tempero nenhum.
Os pontos mais interessantes de sua carreira e atuação como ativista foram, propositalmente ou não, totalmente esquecidos pela diretora e cineasta indiana Mira Nair (Feira das Vaidades). Uma pena.
Voando
Mas nem tudo é perdido no longa. As ambientações e o trabalho de fotografia merecem, sem quaisquer dúvidas, destaque. Os momentos de auto-reflexão de Amelia, enquanto voa, também são inspiradores – assim como todo o figurino e a sensualidade pertinente à época.
Mas ainda assim, apesar dos pontos positivos, o filme não decola. Seria necessário muito mais. E infelizmente, nem o elenco de peso, nem a cineasta habilidosa conseguiram manter o filme na proa ascendente. Não foi sucesso nos Estados Unidos como se esperava e, muito provavelmente, não causará muita empolgação ou alvoroço em Terras Brasilis também.
(Eliane Maciel/Especial para brpress)