Rainha de Katwe: quando pobreza e xadrez inspiram
(Londres, brpress) - Conversamos com o ator David Oyelowo na estreia europeia do filme, rodado numa favela de Kampala e ovacionado no London Film Festival. Veja trailer. Por Aynur Simsek.
(Londres, brpress) – Uma história real inspiradora. Assim é Rainha de Katwe (Queen of Katwe, produzido pela Disney), que a brpress viu em sessão com elenco – majoritariamente negro – e a diretora Mira Nair (Um Casamento à Indiana), como parte da programação do 60o. BFI London Film Festival que, este ano, homenageia e discute o papel dos negros no cinema.
Misturando xadrez e pobreza numa favela de Kampala, em Uganda, o filme desperta todos os sentidos. A história é vibrante, mostrando a trajetória de uma garota, Phiona Mutesi (a estreanteMadina Nalwanga), que se torna gênio do xadrez apesar do cenário devastador da África. Aqui, o feio fica bonito, graças às cores, às paisagens e às personagens – convincente e emocionalmente tocantes.
Fome de aprender
O destino de Phiona toma outro rumo quando o missionário Robert Katende (David Oyelowo) entra em cena e une a comunidade em torno do xadrez, ensinando o jogo e o modo de pensar derivado dele a crianças carentes. Aos 10 anos e com poucas opções de diversão, Phiona fica hipnotizada pelas belas peças e o tabuleiro.
Logo o professor percebe a habilidade de Phiona: pensamento estratégico, disposição em correr riscos e fome de aprender. Seu rápido aprendizado abre portas de competições e turnês, apesar do ceticismo da mãe (Lupita Nyong’o). Falando no Tapete Vermelho do filme no Festival de Londres, a diretora indiana Mira Nazir deu uma declaração sentimental: “Vejo beleza nas circunstâncias mais difíceis”.
Ninguém e todos
David Oyelowo (pronuncia-se “oh-yellow-oh”) diz que Rainha de Katwe é “uma história impossível tornada possível por causa do apoio da família, da mentoria, do encorajamento, trabalho duro e fé. É uma história que fala de ninguém e de todos e eu estou imensamente orgulhoso de estar participando dessa mensagem, no meu país [Oyelowo disse que teve de deixar o Reino Unido para procurar mais oportunidades nas artes cênicas sendo negro] e nesse festival maravilhoso”.
Claire Stewart, diretora do BFI London Film Festival, lembrou que Rainha de Katwe é parte do programa Black Star, lançado no festival, que discute e apresenta, em todo o Reino Unido, a rica participação dos negros na indústria do entretenimento, do cinema à música – cujo “embaixador” é Oyelowo. O filme teve sua estreia europeia em Londres e chega ao Brasil em 24/11. A plateia londrina aplaudiu de pé.
(Aynur Simsek/Especial para brpress)
Assista ao trailer de Rainha do Katwe: