Santuário 3D mergulha em clichês
(brpress) – Filme, que conta com produção-executiva de James 'Avatar' Cameron, se salva apenas pela fotografia. Por Gabriel Bonis.
O suspense, dirigido por Alister Grierson, que assinou filmes de pouca expressão, como Kokoda (2006), apresenta uma fotografia deslumbrante, de águas profundas e azuis (sonho de consumo de milhões de mergulhadores). Porém, as qualidades do filme, basicamente, se resumem à estética.
Com um roteiro fraco, a história é amarrada na relação turbulenta de Josh (Rhys Wakefield) e seu pai Frank (Richard Roxburgh), chefe da exploração que tenta mapear a saída da caverna para o mar. Em meio a esse conflito, e à busca de vida ou morte pela saída do local, aparecem todas as sortes de clichês emocionais e personagens caricatas do gênero de terror.
A trama segue tentando solucionar os dramas familiares, enquanto os personagens secundários colocam todos em perigo, com atitudes egoístas, psicopatas e heróicas, que terminam na clássica “lista” de mortes. Resta ao público fazer suas apostas em quem parte primeiro.
As características psicológicas rasas dos personagens secundários são semelhantes aos de Abismo do Medo, reservadas as diferenças de contexto – o filme de Alister Grierson trata de mergulho e não exploração de cavernas “secas”.
Tanto faz
James Cameron declarou na Universal City Walk, em Los Angeles, que a tecnologia 3D utilizada em Santuário é superior a de Avatar e a diferença entre o filme em 2D e 3D seria “maior que qualquer outro filme, pois em terceira dimensão será possível uma verdadeira sensação de claustrofobia”.
O diretor, dono das duas maiores bilheterias do mundo pelo universo alienígena de Pandora e Titanic, tem razão quanto à sensação de claustrofobia (e sobre algumas cenas submersas também), que chega a incomodar em alguns momentos, mas é só. De resto, a tecnologia tridimensional passa despercebida, assim como um elenco de fracas atuações.
(Gabriel Bonis/ Especial para a brpress)