Saudades de Errol Flynn
(brpress) - Preciosismo histórico e luxo na produção não ofuscam atuação inexpressiva de Russell Crowe e roteiro arrastado de Robin Hood. Por Rod Carvalho.
(brpress) – Vamos lá. Papel e caneta na mão. Misture um pouco de uma história clássica estilo capa-espada com uma pitada de Ridley Scott e coloque tudo junto em uma película. Mexa bem e…Voilá: muitas cenas de ação, muitas mortes, explosões e efeitos especiais. Ai está a nova versão de Robin Hood (Robin Hood, EUA, 2010) – porém, antes de se tornar a lenda a qual conhecemos.
Para protagonizar o herói, Scott não pensou duas vezes: Russell Crowe. Para contar o início da trajetória de Robin como o “herói dos pobres”, Scott não poupou sua mania de grandiosidade ao filmar sagas históricas. Nessa quinta parceria do diretor-ator, que também conta com participações
importantes de atores como Cate Blanchett, William Hurt e Max Von Sydow, a recriação de época foi feita, como sempre, com impecáveis mínimos detalhes, exigência-padrão das obras do diretor, recriando uma Inglaterra do século 12 perfeita.
Como perfeccionismo é a palavra de ordem, outros dois pontos positivos a salientar é a quantidade enorme de figurantes em cenas de ação importantes, o que dá mais veracidade e realismo no que vemos, e as lutas bem coreógrafas e, claro,
muito bem dirigidas.
Canastrice?
O que peca no filme é a atuação um tanto inexpressiva de Crowe, que mantém o mesmo semblante em momentos de tensão, relax, tristes ou felizes. E também o roteiro um pouco arrastado nos faz querer estar de posse de um controle remoto pressionando a tecla fastfoward.
Não é a toa que Robin Hood lembra muito a Cruzada que Scott realizou com Orlando Bloom, em 2005. Mesmos acertos. Mesmos erros. Saudades de Errol Flynn.
(Rod Carvalho/Especial para brpress)