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Selton Mello em cena de  O Palhaço.DivulgaçãoSelton Mello em cena de O Palhaço.Divulgação

Selton Mello compartilha O Palhaço

(Paulínia/SP, brpress) - Diretor e o veterano Paulo José receberam a imprensa, nesta segunda-feira (15/03), no set de filmagem do novo longa.

(Paulínia/SP, brpress) – O diretor e ator Selton Mello, a produtora Vânia Catani e o veterano ator Paulo José receberam, nesta segunda-feira (15/03), a imprensa, revelando e adiantando alguns detalhes do filme O Palhaço, dirigido por Mello e, atualmente, em fase de filmagem, que prossegue até o dia 13 de abril. No momento, a equipe está trabalhando no Pólo Cinematográfico de Paulínia, interior de SP (leia mais abaixo), rodando as sequências internas ambientadas em um circo.

Os estúdios abrigam uma réplica bastante convincente da atmosfera circense, reproduzindo minuciosamente cada detalhe da fachada e do interior da grande lona. E já adiantando algo que nem mesmo os espectadores do filme poderão experimentar, o trabalho é tão bem feito que pisar sobre a terra, o feno e olhar Paulo José dando uma palinha em um pequeno acordeão faria qualquer um sentar nas arquibancadas e esperar ansiosamente pelo início do espetáculo – e ocasionalmente pelo vendedor de pipocas.

Crise inspiradora

Selton Mello revelou que a ideia do filme O Palhaço lhe veio durante uma crise pessoal, vivida na época das filmagens de Jean Charles (2009), onde interpretou o protagonista. “Acho que todas as pessoas estão sujeitas a, um dia, se questionarem se ainda gostam do que fazem. Eu experimentei isso – e não me sentia feliz”, desabafa.

“Minha mente estava bem longe e eu me perguntava se queria continuar atuando. É como, por exemplo, um sujeito que adora tocar saxofone, mas tornou-se médico para continuar o legado da família. Uma hora ou outra, ele irá se deparar com a crise ao ter que escolher entre continuar médico ou tocar”, compara.

“Assim, O Palhaço trata de forma divertida, mas também profunda, da crise de identidade de um artista de circo que acha que perdeu a graça e passa a questionar sua vocação”. O maior dilema do protagonista é representado pela fala: “Eu faço todo mundo rir, mas quem é que vai me fazer rir?”. 

Cineasta bipolar

A premissa do longa que traz Selton Mello pela segunda vez na direção – além de atuar, co-produzir e co-assinar o roteiro – difere do tom emocionalmente pesado de sua estréia atrás da câmeras, em Feliz Natal (2008). O escritor do livro Lavoura Arcaica – título que rendeu uma adaptação para o cinema também com Mello –, Raduan Nassar, classificou a trama do filme com “uma ausência de esperança”.

“Engraçado, porque quando ele me disse isso, eu já havia criado o nome do circo de O Palhaço, que se chama justamente Esperança. Acho que sou um cineasta bipolar”, declarou o diretor, arrancando risos dos presentes.

Nesse novo trabalho, o objetivo de Selton Mello é aliar o cinema de teor autoral que vem desenvolvendo junto com um diálogo fácil com o grande público. “Acho que a coisa mais radical e contra a maré que poderíamos fazer em um tempo cínico como o nosso é produzir um filme terno, uma espécie de comédia sonhadora. Tenho uma relação carinhosa com o público e decidi fazer algo mais fácil do que Feliz Natal”.

Atuar e dirigir

A decisão de fazer ambas as coisas simultaneamente não foi a primeira opção de Mello, que vive o palhaço Benjamin. “Ofereci esse papel ao Wagner Moura e ao Rodrigo Santoro. Infelizmente, os dois estavam com a agenda lotada com outros projetos, e, no final das contas, acabei assumindo essas duas funções. Está fluindo de maneira fácil até agora, e, se continuar dessa maneira, pretendo seguir atuando e dirigindo no futuro”. 

Uma verdadeira entidade do cinema e do teatro brasileiro, Paulo José faz seu talento se sobressair mesmo de maneira descontraída, quando passa “roubar a cena” durante a coletiva de imprensa de O Palhaço, onde interpreta pai de Benjamin, o também palhaço Valdemar. O ator convive há mais de uma década com a doença de Parkinson. Entretanto, mesmo admitindo as barreiras impostas, nem sua disposição e tampouco sua presença parecem ter sido afetadas.

“A gente aprende mais sobre os nossos limites – e nem só pela doença, mas pela a idade também”. Porém, isso não impediu  o ativo ator de demonstrar, na própria coletiva, alguns dos truques que aprendeu com os profissionais circenses que auxiliam a equipe.

‘Filme de autor’

Sobre o andar das filmagens, Paulo José foi bastante enfático ao falar do clima geral nos bastidores. “Estamos trabalhando como uma verdadeira unidade, todos estão fazendo o mesmo filme. O Selton sempre teve em mente o que queria fazer, e a realização agora está efetivamente sintetizando essa idéia. Acima de tudo, este é um filme de um autor”.

Paulínia, câmera, ação

Desde 2006, mais de 40 produções foram atraídas para o Pólo Cinematográfico de Paulínia, entre elas, Hotel Atlântico e Ensaio sobre a Cegueira. A estrutura idealizada pela Secretaria Municipal de Cultura encantou a equipe e elenco de O Palhaço.

“Já havíamos vindo para cá no ano passado, quando Feliz Natal foi premiado no festival de cinema da cidade. Ficamos admirados quando vimos esse pólo cinematográfico. Então, a idéia de virmos filmar aqui foi bastante natural”, conta a produtora Vânia Catani.

“É uma referência que se forma. É muito gratificante poder trabalhar em um local bem cuidado como esse. Desfaz aquela idéia do cinema brasileiro como algo mambembe. Acho, inclusive, que vou morar aqui”, brincou Paulo José.

(Luis Vieira/Especial para brpress)

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