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Cena do filme Tabu: preto e branco e mudo na segunda metade. Divulgação/poroutroolhar.blogspot.comCena do filme Tabu: preto e branco e mudo na segunda metade. Divulgação/poroutroolhar.blogspot.com

Tabu aplaudido em Berlim

(Berlim, brpress) - Coprodução luso-brasileira ganhou Prêmio Alfred Bauer de inovação no festival e, mesmo no Brasil, terá legendas; Rui Martins entrevista diretor Miguel Gomes.

(Berlim, brpress) – A coprodução luso-brasileira Tabu, de Miguel Gomes, ganhou o Prêmio Alfred Bauer de filme inovador no Festival de Cinema de Berlim, confirmando que os aplausos no final da projeção para críticos significaria alguma recompensa.

Portugal ficou doze anos sem participar da competição e este ano leva até um prêmio para casa. E o Brasil, que nao teve filme selecionado, assim participa indiretamente do Festival e da vitória do filme, com a produtora brasileira dos irmãos  Caio e Fabiano Gullane.

O longa conta o passado de uma senhora idosa, Aurora, que morre em Lisboa, e faz um retorno à epoca da colonização de Mocambique. Apesar da temática sobre regime colonialista português, não se trata de tema político, mas de uma história de amor, guardada em segredo por Aurora.

Mudo e legendado

Tabu, como O Artista, se utiliza da nova onda do retorno ao cinema mudo, com longas sequências na segunda parte, em cenas na África e Lisboa, sem som.

Um pormenor a destacar: Miguel Gomes confirmou que o filme passará no Brasil, mas com legendas em português brasileiro. Apesar da recente uniformização ortográfica, nem todos no Brasil compreenderão os diálogos.

Leia, a seguir, trechos de uma entrevista com o diretor:

Por que filmar em preto e branco?
Miguel Gomes – Ao fazer o filme, tive vontade de dialogar com a memória do cinema clássico, com o cinema mudo”, diz cineasta português.

Tabu começa com um tipo de explorador como Livingstone, mas português, no século XIX, que é comido por um crocodilo. Fale sobre isso.
Miguel Gomes – A ideia era começar o filme com uma espécie de imaginário romântico quase extremo. Há um texto que acompanha essa história, que está escrito de uma forma quase barroca. Esse romantismo, logo no início, é quase caricatural.

E como teve a ideia do roteiro? Por que mostrar personagens lidando com a velhice?
Miguel Gomes – Começou com uma história que me foi contada por alguém de minha família sobre queixas de uma empregada de seu prédio. Interessei-me por  personagens mais velhas que não se vêem mais no cinema. Uma parte do filme tem a ver com a velhice, uma parte tem a ver com a juventude, outra parte tem a ver com a solidão. Uma parte tem a ver com a possibilidade do amor e de existir um casal.

Por que decidiu filmar na  África?
Miguel Gomes – Não sei como acabei em África, sem precisar demonstrar que o colonialismo é uma coisa má. Existe memória disso, existe muita gente que regressou e viveu nas antigas colônias. Para preparar deste filme eu conheci algumas pessoas que tinham uma banda em Moçambique e que me falaram da forma como estavam efetivamente ligados àquela terra. E diziam coisas com as quais eu  estava completamente afastado politicamente, sem qualquer tipo de cumplicidade. Mas, ao mesmo tempo, havia uma verdade emocional na forma como eles descreviam o tempo que tinham passado em Moçambique e as coisas que tinham feito. E eu percebi que esse lado afetivo que, independente do lugar onde viviam e do regime político, estava muito ligado com a juventude.

(Rui Martins/Especial para brpress)

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