Terror enciclopédico
(brpress) - Um dos gêneros mais populares da sétima arte recebe reforço com Pânico 4, que estreia nesta sexta (15/04) e sabatina possíveis vítimas sobre filmes. Por Vanessa Wohnrath.
(brpress) – Um assassino usando máscara de fantasma aterroriza uma cidade. Ele telefona para adolescentes e faz um jogo de perguntas sobre filmes de terror. Se a pessoa do outro lado da linha acerta, está salva. Mas quem erra é punido com a morte. Esta curiosa trama do filme Pânico (Scream, 1996) fez um tremendo sucesso, misturando humor, referências ao cinema e surpreendentes mortes e revelações.
Agora, 15 anos e dois filmes depois chega aos cinemas nesta sexta-feira (15/04) Pânico 4. Se Sidney (Neve Campbell), Gale (Courtney Cox) e Dewey (David Arquette) achavam que, após tanto tempo, desde os primeiros ataques, tinham encontrado a paz, estão muito enganados. O assassino mascarado volta para mais uma maratona de mortes.
Batuta no gênero
O filme é de Wes Craven, um especialista do gênero terror. Além de todos os filmes da série Pânico, ele também dirigiu O Monstro do Pântano (Swamp Thing, 1982), A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984) e A Maldição dos Mortos Vivos (The Serpent and the Rainbow, 1988).
Desde os anos 20, o cinema se envereda pelo gênero terror. Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Gravens, 1922), O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920) e Frankenstein (1931) são apenas alguns dos clássicos.
Na Inglaterra, em 1934, foi fundada a Hammer Film Productions, que se tornou conhecida pelos ciclos de filmes de terror sobre vampiros, múmias, lobisomens e afins que produzia.
Personas
Vincent Price, Christopher Lee, Boris Karloff e Bela Lugosi se especializaram em fazer filmes de terror. Os dois últimos até trabalharam juntos em O Gato Preto (The Black Cat, 1934) e O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, 1945). Lugosi ficou imortalizado por seu papel de Drácula, no filme homônimo de 1931.
Nos anos 80, o terror ganhou força nos Estados Unidos com a popularização de personagens como Freddy Krueger, Jason Voorhees, Michael Myers, Leatherface, Pinhead, Chucky e Jigsaw.
Há um bom número de cineastas que se dedicam ao gênero terror. Dos Estados Unidos, além de Craven, há George A. Romero, o maior nome do cinema de terror americano. Ele dirigiu três famosos filmes de zumbis: A Noite dos Mortos Vivos (Night of the Living Dead, 1968), Zombie – O Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, 1978) e Dia dos Mortos (Day of the Dead, 1985).
Na Itália, a década de 1970 foi o auge do terror, com produções caracterizadas como exploitation – mistura de terror, sensacionalismo e erotismo. Seus representantes são: Mario Bava (A Mansão da Morte – Reazione a Catena, 1971), Lucio Fulci (O Estranho Segredo do Bosque dos Sonhos – Non si Sevizia un Paperino, 1972) e Dario Argento (Prelúdio Para Matar – Profondo Rosso, 1975) – esse último até caiu nas graças da crítica pelo estilo.
No Japão da era pós-monstros, a marca dos longas é o sobrenatural e com foco nos sustos. Muitas dessas produções ganharam adaptações americanas sem brilho, como O Chamado (The Ring, 2002) e Água Negra (Dark Water, 2005). O diretor destaque é Takashi Shimizu (Ju-on, 2000).
À brasileira
Quando se fala de cinema de terror, é difícil não se lembrar do coveiro de unhas longas Zé do Caixão. O personagem criado por José Mojica Marins está sempre em busca da mulher ideal para lhe dar um filho e assim, o herdeiro poder dar continuidade à sua espécie demoníaca.
Zé do Caixão acredita que é o único que pode fazer justiça. Nos filmes, a violência brinca com a realidade em histórias cruéis e aterradoras. Da filmografia, composta por quase 40 filmes, os mais populares são: À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) e O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968).
Moderno
O cinema tem como principal função entreter. Dessa forma, qual a função do filme de terror? Há prazer do espectador em sentir medo, aflição, asco? O cinema de terror é uma experiência catártica?
No escuro do cinema, essas sensações têm ganhado contornos bem mais macabros na filmografia atual. Isso se mostra na série de Jogos Mortais e O Albergue. Os filmes são sucessões de sequências de torturas psicológicas – e principalmente físicas –, numa espécie teste para se saber até que nível um filme de terror pode chegar e o espectador pode (ou quer) aguentar.
De simples sustos nos filmes dos anos 20, aos pertubadores exercícios de tolerância das produções atuais, o terror é e sempre será um dos mais populares gêneros do cinema, independente de se saber o porquê desses filmes serem tão irresistíveis.
Só se sabe que, depois de ler este texto, vai ficar mais difícil para o psicopata de Pânico 4 te pegar.
(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)