Vai um banheiro sem papel aí?
(brpress) - Que outra situação poderia ser tão bem definida por “mortificantemente engraçada”. Pois Tinha de Ser Ele?, com James Franco e Bryan Cranston, tem outras várias. Por Juliana Resende.
(brpress) – O Guardian chamou Tinha que Ser Ele? (Why Him?, 2016) de “mortificantemente engraçado”. Eu sei, essa palavra “mortificantemente” não existe em português, mas é a definição perfeita para o filme do diretor e roteirista John Hamburg (de Quero Ficar com Polly, Zoolander, Eu te Amo, Cara e da franquia Entrando Numa Fria). Imagine o pai da sua namorada num banheiro sem papel higiénico. Agora imagine o pai e a mãe de sua namorada (chamada pra dar um help) numa casa “paper free” – sem papel algum! Agora imagine que essa casa seja a sua e que você seja um bilionário do Vale do Silício totalmente destrambelhado hospedando o futuro sogro e sogra. E tentando agradar.
Esse é mais uma pérola de Hamburg, especialista em retratar roubadas familiares atrozes e ainda assim inevitáveis, senão recorrentes. Sim, Hamburg é parceiro de longa data de Ben Stiller, que assina a produção deste filme, estrelado por James Franco e Bryan Cranston (o Walter White, de Breaking Bad, com quem estivemos em Londres, no lançamento do filme Trumbo). A química entre os dois é péssima e isso resulta numa das produções mais despretensiosas e sem filtro da temporada.
Muito à vontade
Franco é Laird, um magnata da tecnologia excêntrico, boca suja e muito, mas muito à vontade. Vive numa bolha hi-tech e descolada na Califórnia e está namorando a filha de Ned (Cranston), um caretão dono de uma gráfica (você leu certo: uma gráfica!). Brilhantemente caracterizados, ambos os personagens são antagonistas em tudo – no estilo de vida, nos negócios e na maneira como amam a mesma pessoa: a mocinha Stephanie (Zoey Deutch), universitária de Stanford por quem Laird está apaixonado.
Com um timing mordaz, boas tiradas e caricaturas sob medida das idiossincrasias de cada personagem, Tinha de Ser Ele? explora algumas das situações mais desconfortáveis – e sim, “mortificantemente engraçadas” – que uma visita dos pais da moça para passar o Natal na casa dessa espécie de Mark Zuckerberg da contra-cultura podem provocar. Tinha de Ser Ele? rocks – e com direito a participação especial de Gene Simons e Paul Stanley, do Kiss! Uma comédia de costumes atual, escrachada e divertida, daquelas que só o cinema americano com vida inteligente é capaz de fazer.
(Juliana Resende/brpress)
Assista ao trailer de Tinha de Ser Ele?: