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Joaquin Phoenix é um detetive totalmente chapado em Vício Inerente. Foto: DivulgaçãoJoaquin Phoenix é um detetive totalmente chapado em Vício Inerente. Foto: Divulgação

Viciado em si mesmo

brpress) - Delirante e enfadonho. Assim é Vício Inerente, novo filme de Paul Thomas Anderson, protagonizado por Joaquin Phoenix. Por Juliana Resende.

(brpress) – Esqueça os contos de fadas e bem-vindo ao pesadelo da realidade. Estamos de volta aos anos 1970, em plena bad trip de pura lisergia, numa América paranóica. Uma ressaca brava. É assim que Joaquin Phoenix se sente ao acordar na cena do crime que ele vai (tentar) investigar, na pele do detetive Doc Sportello, papel que lhe valeu indicação para o Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia, por Vício Inerente.

    Mas ressaca, senão uma tremenda intoxicacão, é o que o espectador pode ter depois de assistir ao novo longa de Paul Thomas Anderson. Trata-se de uma doida, labiríntica e, sim, cansativa trama baseada no romance de Thomas Pynchon. Vários personagens-clichês se cruzam, num elenco capaz de atrair você (como eu) ao cinema: uma juíza usando laquê e delineador (Reese Whiterspoon), um policial doentio e patético (Josh Brolin), um junkie-família arrependido (Owen Wilson) e até um misterioso Benicio Del Toro (não dá pra saber o que ele faz no filme).

Colcha de retalhos

    Não se deixe enganar. O filme não vale quanto pesa. À parte dos nomes de mulheres hipongos e engraçados, como Japonica, Petunia,  Shasta, Luz, Sortilège, Bambi e Xandra, PTA – o diretor que virou sigla – viajou na maionese filmando este emaranhado de histórias dentro da história que vai se tornando uma enfadonha colcha de retalhos – ainda que componham figurinos incríveis, que dão a impressão de que toda a Califórnia compareceu em massa ao festival Monterrey Pop.

    E falando em música, a trilha sonora também é muito bem selecionada por Jonny Greenwood, do Radiohead.  Uns críticos dizem que o problema é o livro – um mistura de Raymond Chandler e o jornalismo gonzo de Hunter S.Thompson.  Outros, como Mark Kermode, do Observer, dizem que o filme é uma droga, aliás conduzido por um sujeito completamente chapado – Joaquin Phoenix, sempre brilhante, deixou-se levar pelo vício de PTA, fumando um atrás do outro em sua segunda parceria com o diretor. Detox nos dois.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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