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Viggo Mortensen em cena de Capitão Fantástico. Foto: DivulgaçãoViggo Mortensen em cena de Capitão Fantástico. Foto: Divulgação

Viggo Mortensen sem capa e espada

(Londres, brpress) - Ator vive um pai viúvo educando seis filhos em Captain Fantastic – papel pelo qual está indicado ao Globo de Ouro e ao SAG Awards. Encontramos Viggo no London Film Festival, onde ele contou porque se encantou pelo cinema.

((Londres, brpress) – Viggo Mortensen é um ator fora de série. Acrescenta peso e respeitabilidade a cada gênero em que se aventura, do blockbuster, como a trilogia O Senhor dos Anéis, ao filme independente, como Jauja (2014), produção argentino-brasileira (Bananeira Filmes), dirigida por Lisandro Alonso, que estreia em São Paulo, Curitiba, Fortaleza e Recife nesta quinta-feira (25/06).

Jauja tem um bocado de realismo fantástico e uma fotografia maravilhosa. Paradão, conta com Viggo como viga (com o perdão o trocadilho) e se deu bem. Ganhou Menção Honrosa no Ghent International Film Festival e levou o prêmio FIPRESCI durante o Festival de Cannes de 2014, dentro da seção Um Certo Olhar.
Um pai (Mortensen) e uma filha viajam da Dinamarca para um deserto chamado Jauja. Ela foge apaixonada e o pai parte em uma violenta busca para encontrá-la. A única certeza é que todos que tentaram se encontrar neste lugar se perderam pelo caminho.

A sinopse seria um tédio não fosse a presença forte e intensa (essa coisa nórdica mesmo) de Viggo Mortensen.  Afinal, o ator é costumaz (e humilde) arrimo de filmes que passariam despercebidos sem sua performance e figura altiva, que não deixa a gente se desassociar do cavaleiro Aragorn, da adaptação para o cinema da obra de J.R.R. Tolkien.

Corta para 2016. Viggo Mortensen acaba de ser indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Guild Actors (SAG) Awards de Melhor Ator por Captain Fantastic. No filme de Matt Ross (vencendo do prêmio Un Certain Regard, em Cannes, de Melhor Direção), Viggo é um viúvo numa viagem nada ortodoza com seis filhos. Segundo Ross disse ao site Deadline, a ideia foi fazer um filme sobre o significado da paternidade. E eis que Viggo caiu no papel de pai novamente – agora com grandes chances de levar também um Oscar. 

A reportagem da brpress acompanhou com exclusividade um bate-papo com o ator nova-iorquino (e não dinamarquês, como muita gente pensa)  promovido pelo BFI London Film Festival, em outubro de 2012, que só agora, aproveitando o lançamento de Jauja, está sendo publicado.

Viggo Mortensen fala sobre ser ator, do começo de carreira, da infância na Argentina e finalmente do filme argentino Todos Tenemos un Plán (Everybody Has a Plan), filme de Ana Piterbarg (2012, Argentina), que estava sendo lançado na ocasião, no Festival de Cinema de Londres. Viggo estava numa pausa das filmagens de As  Duas Faces de Janeiro (2013), uma adaptação de um livro de Patricia Highsmith, com Kirsten Dunst, em Atenas.

A sala “Screen Talk” estava lotada com cerca de 500 pessoas, que também puderam fazer perguntas, além dos jornalistas. Quando uma mulher da plateia pergunta a Viggo Mortensen como se sente ao fazer filmes com atores mais jovens, como no caso de Michael Fassbender em Um Método Perigoso (Cronenberg, 2011), o púlico começa a gargalhar, inclusive o próprio, com 56 anos. Na verdade, era o dia do aniversário do ator.

Viggo diz que nunca pensou nisso quando está filmando, mas que agora vai passar a pensar (risos). “Eu não sou muito vaidoso em relação à idade. Prefiro que digam que estou bem, que tenho bom aspecto, mas não é algo que me preocupa, sinceramente.” O jornalista que media o bate-papo não perde a piada dizendo que ele só deve se preocupar se lhe oferecerem o papel de Gandalph (o mago interpretado por Ian McKellen, em O Senhor dos Anéis).

Leia a seguir trechos selecionados do bate-papo:   

Você morou na Argentina e parece nunca querer perder as conexões com o país. Fale um pouco sobre isso.
Viggo Mortensen – Passei grande parte da primeira década da minha vida na Argentina e cresci aprendendo inglês e espanhol – o espanhol que se fala na região “de la Plata”. Por isso, foi muito natural para mim interpretar este papel no filme de Ana e protagonizar Jauja.
 
Sempre que você viaja, leva um pouco de Argentina consigo. Como?
VM –  Sim, levo sempre algo vermelho e azul (referência ao time argentino San Lorenzo, de Buenos Aires, o mesmo do papa Francisco). Foi assim que eu e a Ana nos conhecemos. Ela abordou-me num dia de jogo, deu-me o argumento do filme e eu fiquei fascinado por ser uma história tão boa.

Quando decidiu ser ator?
VM – Sempre fui ao cinema, graças à minha mãe que sempre me levou e fomentou esta paixão em mim. Saía da escola e ela levava-me aos filmes. Sempre gostei dos épicos, como o Dr.Jivago. Foi sempre uma experiência fantástica, mas nunca quis ser ator.
Quando estava na Dinamarca, com 21 anos, começei a ver filmes mais antigos. Pasolini, Bergman, e ver a forma como as pessoas representavam emocionou-me tanto que passei a interrogar-me como era possível, como é que eles (atores) conseguem fazer-nos sentir assim? Pode durar minutos, horas, mas quando você sai de um cinema está num estado diferente, como se um filme te transportasse para um outro lugar. Faz você pensar na sua família, na sua vida, é quase como estar sob o efeito de uma droga.

E quando começou a trabalhar como ator?
VM – Tentei ser ator em Nova Iorque. E fiz uma audição para um pequeno teatro, achei que era uma peça de teatro na ocasião, mas era para frequentar um workshop para jovens atores. Foi um pouco por acaso.

Sua carreira decolou em que tempo, na sua opinião?
VM – A minha carreira não foi de um dia para o outro. Tentava sempre ter papéis, mas o que aconteceu muitas vezes é que ficava sempre entre mim e outro ator na reta final e os produtores acabavam sempre por escolher o outro. Aconteceu muitas vezes. Mas eu continuei porque interessava-me mesmo a carreira de ator, e tinha outros empregos meio-período, como garçom, barman, qualquer coisa. Mas de certa forma foi vantajoso porque pude aperfeiçoar-me como ator em pequenos papéis, cometendo erros. Fui me formando e crescendo como ator para os grandes papéis.

O Senhor dos Anéis (2001) foi o grande marco para o público e a indústria. Fale sobre isso.
VM – Tudo mudou. Tive de ir a premières, Cannes, tudo. Naquela altura, os jornalistas em Cannes ficaram abismados com o filme e foi aí que tudo começou, antes de o filme estrear. E as premières tornaram-se “concertos de rock” [nas palavras do mediador da entrevista], com jovens a gritar.

(Colaborou Helena Alves/Especial para brpress)

REPRODUÇÃO TOTAL E/OU PARCIAL DESTE CONTEÚDO SOMENTE AUTORIZADO PELA BR PRESS. 

Assista ao trailer de Captain Fantastic:

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