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Meryl Streep no red carpet do London Film FestivalMeryl Streep no red carpet do London Film Festival

Meryl Streep incorpora sufragista

(Londres, brpress) - Ostentando Meryl Streep como a líder Emmeline Pankhurst, As Sufragistas é um filme sobre mulheres comuns feito por mulheres incomuns. Atriz fala sobre isso. Por Juliana Resende

(Londres, brpress) – Ostentando Meryl Streep como Emmeline Pankhurst – líder do movimento sufragista, que lutou intensamente pelo direito feminino ao voto entre 1903 e 1917, numa Grã-Bretanha onde mulheres só puderam votar em 1928, dez anos depois do direito ter sido concedido a homens acima dos 30 anos, ainda assim mediante a qualificação exigida (ter propriedades era um dos quesitos) –, As Sufragistas (Suffragette, 2015) é um filme sobre mulheres comuns feito por mulheres incomuns. A estreia no Brasil acontece em 24 de dezembro.

A diretora Sarah Gavron, a roteirista Abi Morgan e as atrizes Carey Mulligan e Meryl Streep participaram da coletiva de imprensa no London Film Festival, que teve As Sufragistas em première européia com direito a protestos da ONG feminista Sisters Uncut, contra cortes na verba que recebe do governo britânico para apoiar mulheres vítimas de violência doméstica. Mas foi Meryl quem mais falou e se destacou.

“Apesar do pioneirismo das sufragistas e suas conquistas, ainda há muito a fazer, mesmo que essas mulheres tenham dado um passo sem volta, desafiando tudo e todos. Precisamos continuar essa caminhada”, diz a veterana atriz, lembrando que apesar dos avanços, como o acesso à educação, o quão insignificante ainda é presença feminina nas lideranças de todas as instituições, como a indústria do cinema, por exemplo. “A crítica, os festivais e as produções são majoritariamente compostas por homens. Ora, isso reflete no que é efetivamente produzido e tem de mudar!”.

Female Filmakers Initiative

Meryl Streep é fundadora da Female Filmakers Initiative, um incentivo à mulheres roteiristas com mais de 40 anos que, segundo ela, “teve tantas inscrições este ano que vai se repetir no próximo, no outro e no seguinte…” Dona de três Oscar, a atriz marca presença no filme de forma incontestável (mesmo aparecendo em somente uma cena) – assim como assume a liderança na coletiva de imprensa do filme no London Film Festival, que parece se transformar a cada segundo numa conferência feminista. Meryl tira e põe os óculos, sóbria e enfática como a própria Emmeline, que usava táticas aprendidas com os russos, como greve de fome na prisão, e fala messianicamente.

Em As Sufragistas, a ideia foi mostrar como o “baixo clero” do movimento fez e aconteceu. “Sabemos que a história é contada pelas classes dominantes. Por isso há tão pouco registro sob o movimento sufragista feminino”, diz a diretora Sarah Gavron. Emmeline se encaixa nessa casta. Vinda de uma família de políticos, que a apresentou a causa do sufrágio feminino aos 14, e tendo estudado em Paris), ela fica em quinto plano em As Sufragistas. “Quisemos contar a história da militância por meio de uma lavadeira (Maud, vivida por Carey Mulligan], uma mulher que poderia ser qualquer uma de nós”, reforça Meryl.

Rebelde a escrava

     “Acho que a frase ‘Deeds Not Words’ (“fatos não palavras”), usada por Pankhurst, diz muito sobre o movimento”, observa Meryl, que foi alvo de severas críticas nas redes sociais por usar uma camiseta com outra frase, atribuída sua personagem, ‘I’d rather be a rebel than a slave (“prefiro ser uma rebelde que uma escrava”), considerada racista. Questionada sobre o que achou da repercussão, ela disse esperar que o “negativismo” não contamine a discussão sobre a (ausência de) igualdade entre gêneros, “apesar de a questão racial ser igualmente importante”, e que seus atos como pessoa “podem falar por si mesmos”.

    De cantora de rock em Ricki and the Flash – De Volta para Casa a ativista pelo direito ao voto das mulheres em As Sufragistas, Meryl Streep estrela no ano que vem Florence Foster Jenkins, novo filme de Stephen Frears sobre uma herdeira nova-iorquina que, apesar da voz medonha, sonha em tornar-se cantora de ópera.

Leia mais sobre As Sufragistas aqui, sobre Ricki and the Flash aqui e sobre o tom feminista que dominou o London Film Festival aqui.

Veja o vídeo com Meryl Streep passando pelo Tapete Vermelho no 59o. BFI London Film Festival no Instagram da brpress.

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