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Tom Crusie e Olga Kurylenko na première de Oblivion no Rio. Foto: DivulgaçãoTom Crusie e Olga Kurylenko na première de Oblivion no Rio. Foto: Divulgação

Olga Kurylenko: estrela cadente

(Londres, brpress) - Conhecida como a Bond Girl de Quantum of Solace, atriz ucraniana diz a que veio: conquistar Hollywood. Por Juliana Resende e Tamara Novoa.

(Londres, brpress) – Ela pode até ter ficado conhecida do grande público como a Bond Girl de Quantum of Solace (2008), mas, em cinco anos, a ex-modelo e atriz ucraniana Olga Kurylenko mostrou a que veio: conquistar respeito e outros papéis de destaque. Um deles é contracenar com Tom Cruise, no filme Oblivion, que estreia no Brasil nesta sexta (12/04), e que o astro veio promover pessoalmente no Rio. Olga também veio ao Brasil e desfilou no tapete vermelho deslumbrante num vestido branco. Conversamos com a moça, bem antes, no final de janeiro, num evento de lançamento de Oblivion, no Soho Hotel, em Londres.

    Sozinha, cercada por jornalistas estrangeiros selecionados – a reportagem da brpress representando o Brasil –, Olga se mostrou segura, bem humorada e apaixonadamente cinéfila, mesmo ciente de que seus atributos precisam ir além da beleza e conquistar de fato Hollywood. Ela parece nada deslumbrada e muito batalhadora. Tanto que, além de Oblivion, Olga estrela mais dois filmes de peso que chegam ao Brasil este ano: To the Wonder, filme do cultuado Terrence Malik (A Árvore da Vida), com Ben Affleck e Javier Barden, e o thriller Erased, com Aaron Eckhart. Em 2012, ela integrou o grande elenco da comédia Sete Psicopatas e um Shitsu, com Colin Farrell.

    Se na ficção científica Oblivion, ela é uma mulher misteriosa encontrada pelo personagem de Cruise  numa nave espacial que cai na Terra – não seria exagero sugerir uma metáfora de um anjo que vem para redimir um ser atormentado –, em Erased, Olga faz uma agente durona que acaba se envolvendo com o protagonista. um ex-agente da CIA. “Gosto de parceiros interessantes e de trabalhar com atores que admiro”, diz, sem rodeios, num inglês perfeito. A estreia de Erased está prevista para 10 de maio nos EUA, e não há previsão para o Brasil, assim como To the Wonder, que chega ao mercado americano em 12/04.

    A seguir, mais sobre Olga Kurylenko por ela mesma. Mas pode chamá-la de Julia Rusakova.

    Como evita os papéis-clichê de espiã tendo ascendência russa, tendo sido Bond Girl e modelo?
    OK – Isso é tão ruim assim? (risos) Tento escolher bem meus papéis – e digo muitos nãos. Só isso!

        E por que aceitou fazer o par de Tom Cruise em Oblivion?
        OK – Ah, eu amei a história! É pura e tem romance, mesmo sendo um filme pós-apocalíptico. É mais romântico do que muita coisa que vemos hoje nos cinemas. É bem escrito e meio nostálgico, como os filmes dos anos 40. Não li o livro, mas o roteiro me ganhou.

        Falando em romance, estão rolando rumores de que você está tendo um caso com Tom Cruise. Tem alguma verdade nisso? Como seus personagens se envolvem no filme?
        OK – Não posso contar,  senão estraga a graça! Tudo que tenho a dizer é que me divirto com o que a mídia inventa e mais ainda com o fato de as pessoas acreditarem! No filme, sou uma astronauta que cai na Terra, Tom me encontra e começa a questionar um monte de coisas. É uma paixão bastante inesperada, devo dizer.

    Como é sua personagem?
    OK – Sou Julia Rusakova, mulher misteriosa que Jack Harper (Tom Cruise) encontra numa nave espacial acidentada. Depois que ele me acha viva, começa questionar muitas coisas sobre sua própria vida e sobre sua ex – eles foram uns dos últimos sobreviventes que ficaram no planeta, praticamente abandonado, pois não havia mais condições de vida. Mas antes de eles irem embora, a mulher dele morre. E eu apareço.

    Você aparece linda, mesmo tendo ficado  dormindo em órbita por “cerca de 60 anos” mas aparentando no máximo 30 (risos)!  Passar uns tempos no espaço rejuvenesce?
    OK – Pois é. No futuro, será assim! (mais risos)

    Você sonhou ser astronauta por esse motivo, certo? (muito mais risos)
    OK – Isso é  o sonho de qualquer criança … Talvez das meninas não muito. Eu mesma nunca sonhei em ser astronauta.

        Você fez treinamento de astronauta para o filme?
        OK – Não, apesar de achar muito bacana.  Só me matei na academia. Eles queriam que eu ficasse forte para correr um bocado e ficar girando de cabeça pra baixo naquela coisa voadora que parece um helicóptero ([o meio de transporte de Jack]. Meu pescoço também teve de ficar forte.

    Como você se preparou psicologicamente para o papel?
OK – Eu reassisti ao filme Solaris (1972) [ficção científica do russo Andrei Tarkovsky], por exemplo. Adorei revê-lo! Na verdade, sou fã de Tarkovsky e vi todos os seus filmes. Também vi um monte de vídeos online de astronautas e seu treinamento antes de ir para o espaço. É bastante surpreendente, interessante, dá medo.

    A maior parte das filmagens aconteceu na Islândia. Foi um ambiente interessante, inspirador?
    OK – Foi lindo. É o país mais bonito que eu já estive. Absolutamente deslumbrante. Fui turista por 4 dos 10 dias que ficamos nas Terras Altas. Eu andava a cavalo, fui ver gêiseres [nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar] , andei na lava do vulcão, fomos em golfos [porção de mar ou oceano rodeada por terra]. O lugar realmente faz você acreditar que está na Lua, Marte ou algum outro planeta porque as paisagens são impressionantes e mudam constantemente. É como 10 países diferentes em um, é espantoso. Em nenhum outro lugar você encontra isso. Algo semelhante eu só vi no Chile.

    Você chegou a ser muito pobre na Ucrânia. Como isso afetou sua vida?
    OK – Eu não era muito pobre. Quero dizer, em comparação com pessoas que vivem na Índia, eu não era tão pobre. Eu era como todo mundo. Todo mundo parecia igual.  Estávamos todos na mesma coisa. Havia fila para o pão e açúcar, fila para tudo na verdade. Era assim na Rússia ou na Ucrânia. Quando a União Soviética desmoronou, a vida tornou-se difícil para todos. Fez-me a apreciar o valor das coisas.

        Você enfrenta preconceitos em Hollywood sendo ucraniana? Como virou atriz?
        OK – Não, enfrentei mais na Europa. Comecei minha carreira de modelo em Paris, depois de um agente me ver na rua na Ucrânia, onde morava com minha mãe e éramos bem pobres. Na França, comecei a fazer aulas de teatro e descobri que era o que queria fazer para viver. Fiz filmes lá até que fui selecionada para ser Bond Girl, em Quantum of Solace – foi a melhor notícia da minha vida, no dia do meu aniversário! Se não fosse atriz, e tivesse continuado na Ucrânia, seria médica.

    Não existem muitos ucranianos atuando em Hollywood. Foi difícil para você chegar lá?
OK –  Não é mais difícil que para qualquer outra pessoa. Mas acho que porque eu não vim direto da Ucrânia, foi até mais fácil.

    O que você procura no cinema? O que a faz se sentir atraída por um projeto?
    OK – História interessante, um personagem que me surpreende, porque eu me identifico com ele ou porque eu não me identifico em tudo, essas coisas são interessantes para pesquisa; bom diretor, um diretor que eu admiro, que eu gosto, parceiros interessantes e atores que eu gosto.

    Como foi filmar com Terrence Malick [atriz contracena com Ben Affleck, em To the Wonder, ainda inédito no Brasil]?
    OK  – Uma das melhores experiências da minha vida. Ele é uma pessoa bonita, além de ser um diretor incrível. Foi uma maneira completamente diferente de trabalhar – nada comparável a qualquer outro filme que você faria.

    Em que sentido?
    OK –  Porque é tudo na base da espontaneidade, coisas reais, você se torna um personagem. Nunca há uma cena ensaiada, nunca há o grito de “ação”. Ele só liga a câmera e você é o personagem 24h, de quando você acorda a quando você vai para a cama. Ele me perguntou se eu me importaria se ele me acordasse e me filmasse e eu disse que não. Então, você tem que ser um personagem desde o primeiro momento de abrir os olhos – todo o elenco. É ótimo, não há script.

    Como é que o filme de James Bond, Quantum of Solace (2008), afetou sua carreira?
O    K – Eu acho que fez as pessoas saberem quem eu sou – acho o melhor dos novos Bond. Tive a chance de mostrar minhas habilidades e isso é maravilhoso.

        Como se sente sendo famosa?
        OK – Não me sinto. Levo uma vida simples.

(Juliana Resende/brpress; colaborou Tamara Novoa/Especial para brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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