Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Rachel McAdams e Domhnall Gleeson em cena de Questão de Tempo. Foto: DivulgaçãoRachel McAdams e Domhnall Gleeson em cena de Questão de Tempo. Foto: Divulgação

Rachel McAdams: a bonita da vez

(Londres, brpress) - Atriz fala sobre ser a beldade 'americana' que faz os ingleses suspirarem no filme Questão de Tempo. Confira entrevista. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – É batata. Em filmes como Quatro Casamentos e Um Funeral (1994), Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) e Simplesmente Amor (2003)  – todos escritos por Richard Curtis –, sempre tem a moça bonita americana que faz os inglesas caírem de quatro. É assim também com Questão de Tempo, último filme de Curtis, também como diretor. E a moçoila da vez é Rachel McAdams.

    A atriz (na verdade canadense) de 35 anos é Mary, uma garota insegura de sorriso encantador que cai nas graças do desajeitado Tim (Domhnall Gleeson). Ele a conhece numa balada em Londres e fica obcecado por ela. Detalhe: Tim pode voltar no tempo. Portanto, lança mão deste poder para dar a cantada infalível.

    Fisgada a presa, Tim manipula seu dom para fazer o pedido de casamento mais romântico dentro do que  parece perfeito no padrão da esquisitice britânica (coisas de Curtis), para salvar seu casamento do pior discurso de padrinho e para levar sua já mulher grávida para o hospital a tempo para o nascimento de sua filha, apesar de um terrível engarrafamento na Abbey Road.

    Rachel, ou melhor, Mary viaja na viagem de Tim, sem se dar conta. Esse não é um sentimento estranho a atriz, que convive com  outros viajandões da ampulheta em nada menos que outros três filmes: Meia Noite em Paris, Te Amarei para Sempre (com Eric Bana) e Passengers (em pré-produção), em que vai contracenar com Keanu Reeves.

    Conversamos com a atriz em Londres sobre essa e outras viagens, durante o lançamento de Questão de Tempo. Confira o papo.

É a terceira vez que um namorado seu volta no tempo. Como aguenta isso? Não seria bom  que você voltasse no tempo pra variar?
Rachel McAdams – É verdade! Agora que você falou estou me dando conta! É muito óbvio! Mas o jeito que Richard trabalha o tema em Questão de Tempo não parece muito óbvio. Não é como se fosse um tipo de doença com a qual você é obrigado a conviver.

Os filmes de Richard Curtis têm um apelo bem feminino, sempre às voltas com romances e casamentos. Algum deles marcou alguma fase da sua vida pessoal?
 Rachel McAdams – Eu amo todos os filmes de Richard, mas estou tentando associar algum com momentos meus… Deixe-me ver… Bem, a única coisa que consigo lembrar agora é de uma amiga que estava com câncer e que fui visitar depois de uma cirurgia. Eu perguntei antes de ir: “Há algo em especial que você gostaria que eu  te levasse?”. Ela  respondeu imediatamente: “Traga-me qualquer filme de Richard Curtis!”. Acho que os filmes dele marcam muito mais as pessoas do que podemos imaginar e ganham significados especiais em diferentes fases das nossas vidas.

Qual seria o ingrediente principal da receita de sucesso de Curtis?
 Rachel McAdams – Seus filmes têm aquele sabor doce-amargo irrestível com o qual todos se identificam. Os personagens são adoráveis mesmo com toda sua dualldade e humanidade… Acho que foi essa a razão de eu ter ficado tão animada em poder fazer parte de um dos filmes de Curtis.

Você reconhece alguns destes personagens em sua família, por exemplo? Um tio que só anda de terno… Uma irmã doidona… Ou mesmo uma amiga de baladas como a sua em Questão de Tempo…
Rachel McAdams – (risos) Não exatamente! Mas sinto que há um pouco de cada um de nós nestes personagens. É só observar bem que você vai ver.

Você está em franca ascensão no cinema de Hollywood, mas insiste em continuar vivendo na sua cidade natal no Canadá (uma outra Londres, em Ontário). Por que isso?
Rachel McAdams – Ah, eu sei… Parece meio entediante – e é! Mas eu gosto de voltar para lá quando posso. Vejo meus pais e amigos e tenho uma sensação muito gostosa. Viajo tanto a trabalho que ter meu lugar onde eu cresci me dá conforto.

Vamos lá, se abra com a gente! O principal motivo de você não viver em Hollywood é querer ficar de fora do ‘circo’ das celebridades?
Rachel McAdams – Não é bem isso (risos). É que, no mundo de hoje, sinto que não é mais necessário estar fisicamente em Hollywood. Estamos numa aldeia global, conectada pela tecnologia. Então, não acho que tenho de estar em Los Angeles para fazer parte da comunidade de atores. Além disso, quase nada mais é filmado em LA.

Você, alíás, tem trabalhado com diretores que não filmaram nos EUA, como Woody Allen (Meia Noite em Paris), Terrence Malick (Amor Pleno), Guy Ritchie (Sherlock Holmes) e o próprio Richard Curtis. O que você aprendeu com eles?
Rachel McAdams –  Nossa! Tanta coisa! Os três são bem diferentes. Allen é muito espontâneo e divertido e contagia todos no set; Malick gosta de dar liberdade para improvisos e o trabalho vai saindo como uma escultura coletiva; Curtis gosta de tudo certinho conforme o script e a gente mal pode esperar para ver tudo na tela. O melhor de tudo é que você não precisa de muitos rodeios para entrar num personagem quando o diretor realmente quer você para um papel.

E como você escolhe os papéis que faz? Ou é mais escolhida?
Rachel McAdams – Ambas as coisas. Depende dos papéis, do roteiro, do diretor… Geralmente batalho por papéis que acho interessantes, mas um grande diretor pode moldar as coisas e fazer um ator chegar onde nunca pensou na pele de alguém que nunca imaginou interpretar. Está sendo assim com Anton Corbjin (Controle). Em seu novo filme, O Homem Mais Procurado, sou uma agente que se envolve emocionalmente com um suposto terrorista.

Falando em papéis incomuns e difíceis, como foi viver a inescrupulosa Christine, em Passion, incluindo fazer uma cena de sexo com outra mulher (Noomi Rapace)?
Rachel McAdams – Bem, ela é muito ambiciosa e usa todo tipo de tática para conseguir o que quer – inclusive sedução. Eu li o livro The 48 Laws of Power [de Robert Greene] e apliquei muito à personagem, que é muito rica – há muito mais coisas rolando do que as aparências. Narcisismo e poder são combustíveis para o tanto que pessoas como Christine podem ser autodestrutivas em nome da ambição.

E qual foi sua inspiração para o papel desta executiva sem pudor e sem limites?
Rachel McAdams –  Ninguém conhecido. Na verdade, me inspirei mais em homens, nas coisas que os poderosos fazem para se manter no topo.

Foi bom pra você contracenar com Noomi Rapece?
Rachel McAdams –  Foi muito bom (risos)! Ela foi muito colaborativa e ficamos bem chegadas. Discutimos muito sobre como duas mulheres podem competir e ser amigas ao mesmo tempo.

Para encerrar, se pudesse, você gostaria de voltar no tempo em algum momento da sua vida?
Rachel McAdams – Hum… Acho que gostaria de sentir de novo a sensação de quando descobri que atuar era minha grande paixão. Estava no teatro fazendo Shakespeare e foi como se um novo mundo se abrisse para mim. Mas, pensando melhor, estou muito bem onde me encontro agora e não quero voltar no tempo. Quero seguir em frente.

(Juliana Resende/brpress; colaborou Patrícia Dantas/Especial para brpress)

Assista ao trailer de Questão de Tempo:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate