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Caetano Veloso incendeia o  III Festival da Música Popular Brasileira.DivulgaçãoCaetano Veloso incendeia o III Festival da Música Popular Brasileira.Divulgação

Tropicália revisitada

(São Paulo, brpress) – Documentário Uma Noite em 67, que abre o É Tudo Verdade neste quinta (08/04), traz à tona programa de televisão que se tornou marco histórico brasileiro. Por Luis Vieira.

(São Paulo, brpress) – O documentário Uma Noite em 67 abre a programação paulista do festival É Tudo Verdade deste ano, com estreia mundial nesta quinta (08/04), em sessão para convidados no Espaço Unibanco de Cinema. No dia seguinte, no mesmo local, o filme será projetado ao grande público, às 21h.

Resgate histórico

    Uma Noite em 67 é uma boa escolha para abertura, pois mostra de um panorama geral a importância do documentário. O filme resgata o que foi o III Festival da Música Popular brasileira, justamente um pouco de revolução, data histórica e uma grande comemoração.

    Apesar de bastante simples, apenas cenas de arquivo contrapostas com depoimento atuais dos envolvidos, o filme é imensamente eficaz em trazer à luz os eventos da noite final do festival de 1967. Dessa forma, mitos equivocados são desfeitos, posições anteriores são reconsideradas e uma nova geração tem a oportunidade de saber o que foi o evento, com o privilégio de uma comparação entre a época e a contemporaneidade.

Voz aos protagonistas

    Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Carlos englobam em torno de si grande parte da história da música brasileira. Entretanto, em 1967 ainda eram jovens revelações. Os Anos de Chumbo da ditadura e as canções contestatórias começavam seu embate. Logo, o programa da rede Record vinha como um clima fervilhante para uma época em ponto de ebulição.

    Nos depoimentos detectamos o início do que ficou conhecido como a Tropicália e o salto de mudança comportamental que o movimento instigou na juventude brasileira.

    Chico Buarque, por exemplo, admite não lembrar muito bem das reuniões do grupo, pois a quantidade de álcool nas ocasiões diluíram sua memória. Isso pode em parte justificar a cisão estética entre seu figurino smoking e viola contraposta à irreverência de Veloso e Gil, com suas guitarras elétricas e visuais hippies.

Contra as guitarras

    Outro ponto polêmico que o documentário traz à tona é o repúdio a guitarra elétrica, na época identificada como símbolo imperialista norte-americano. Uma passeata foi organizada para manifestar essa opinião. Todavia, essa foi uma posição que não sobreviveu ao tempo.

    O próprio Sérgio Ricardo – que rouba a cena ao destruir um violão e atirá-lo contra a platéia, após ser vaiado – faz sua mea culpa ao admitir a infantilidade dessa intransigência. O público também se rende às seis cordas com som distorcido quando Veloso se apresenta cantando Alegria Alegria. O mesmo acontece quando Gil introduz ao público a banda Os Mutantes, até então ilustres desconhecidos.

Personagens    

    O diretor do programa, Paulo Machado de Carvalho, admite, em fala mais atual, que a intenção do III Festival da Música Popular Brasileira nunca foi entrar para história. Segundo ele, era um programa de televisão como qualquer outro, e a produção visava audiência, esteriotipando os intérpretes como personagens ficcionais.

    Mas por algum motivo, a edição de 1967 marcou época no Brasil, se constituindo em um mito daquele período. Ainda que não revele qual é o segredo, Uma Noite em 67 faz o espectador concordar com isso, e ainda se perguntar se algum programa atual resistirá ao tempo como esse o fez.   

(Luis Vieira /Especial para brpress)

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